O ex-deputado federal Vituriano de Abreu (PMDB) recuou ontem e disse que foi mal interpretado nas acusações que fez à Justiça Eleitoral da Paraíba. Em nota distribuída à imprensa, Abreu explicou que quando se referiu às dificuldades no que tange ao sentimento de justiça sintetizado em eventual cassação de agentes políticos “dizia e relatava a opinião do povo em seu imaginário e conceitos que me eram emitidos no dia a dia”.
Abreu disse ainda, na nota, que “sempre que pessoas do povo me questionam sobre a seriedade do Judiciário Eleitoral, ao contrário do que transpareceu, prontamente me manifesto a testemunhar e penhorar a total e irrestrita credibilidade da Justiça Eleitoral paraibana e brasileira como um todo”.
“Como cidadão e, mais ainda, a Paraíba conhece as posturas e condutas ilibadas, honradas, dignas, honestas, éticas, transparentes e incontestes de todo o colegiado e de cada um de seus integrantes”, sustentou Vituriano de Abreu.
Segundo o ex-deputado, “como um inarredável convicto nas instituições e dogmas, da já madura democracia brasileira, sequer de longe tive ou quis por um xeque a isenção e retidão da Corte Eleitoral em realce, até porque acredito sim que ela (a Corte Eleitoral) representa a essência do que há de sólido em seus julgados, quando da independência e imparcialidade das sábias decisões”.
Vituriano conclui dizendo que entende “ter prestado os devidos esclarecimentos à Justiça Eleitoral e, principalmente, à sociedade paraibana e brasileira, repondo a verdade e desfazendo os equívocos que nos últimos dias foram produzidos”.
Acusações de venda de sentenças
Durante entrevista a um programa da Rádio Oeste AM, de Cajazeiras, Vituriano de Abreu foi perguntado se acreditava na possibilidade de cassação do mandato do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), pelo TRE.
E respondeu: “Se eu já não tivesse visto esse filme, eu poderia acreditar. Só que o Tribunal Eleitoral da Paraíba é reconhecido em todo mundo. Esse Tribunal não pergunta quem tem razão, ele pergunta quem está melhor de bolso. Se o lado adversário tiver como superar qualquer oferta do julgamento, pode ser cassado. Só que é difícil porque o Estado tem mais”.
Ex-deputado federal, Vituriano acusou juízes do TRE de vender sentenças e de negociar votos em troca de dinheiro.
“Já vimos outros casos, com provas e mais provas. Na hora de julgar, os conselheiros fazem o jogo lá dentro e pedem vista. Aí na saída, conversa com o lado que ele quer reforçar. No outro dia ele vota e decide para o que deu mais. Infelizmente, isso é uma norma que a Paraíba já vem repetindo”, disse.Segundo ele, somente políticos “sem força” são alvos de cassação pelo TRE.
“Se agora acontecesse, a gente poderia ir a pé ao Canindé, no Ceará, porque seria a primeira vez. Porque sinceramente o Tribunal da Paraíba deixa a muito a desejar. Só sai cassação de prefeito de Monte Horebe, Serra Branca, uns coitados. Aí dizem: esse aqui tava dando 10 reais, deu um picolé aí vamos mostrar Justiça. Esses são cassados. Infelizmente, o que a gente tem de notícias, você vai sempre ouvir o povo dizer a mesma coisa. Não vejo nunca moral no Tribunal para gente poder acreditar”, finalizou. A entrevista de Vituriano foi reproduzida pelo programa Correio debate, na rádio 98,3 FM, do Sistema Correio, em João Pessoa.
Fonte: Correio da Paraíba