Uma amostra de sangue retirada de Slobodan Milosevic em algum momento entre novembro e janeiro continha substâncias incomuns, divulgou a rede de televisão holandesa NOS neste domingo, citando fontes não-identificadas.
A NOS disse em seu Web site que os médicos tentavam determinar porque as drogas que Milosevic recebia para pressão alta e problemas cardíacos não funcionavam.
Em seu sangue, eles encontraram vestígios de drogas muito usadas por pacientes em tratamento contra lepra e tuberculose, divulgou a NOS. Essas drogas neutralizavam o remédio que Milosevic recebia contra pressão alta e problemas cardíacos.
Milosevic havia alertado na sexta-feira, um dia antes de ser encontrado morto, em uma carta à Rússia que ele temia estar sendo envenenado, de acordo com seu advogado Zdenko Tomanovic.
A carta de Milosevic apontava que ele recebia remédios errados -incluindo drogas contra lepra –em uma tentativa de silenciá-lo.
Milosevic, 64, foi encontrado morto na manhã deste sábado em sua cela do centro penitenciário do Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII), que o julgava desde fevereiro de 2002 por sua responsabilidade nos crimes cometidos durante as guerras da Croácia, Bósnia e Kosovo nos anos 90.
Família contra autópsia
Tomanovic apresentou neste domingo o pedido que seja cancelada a autópsia do corpo de Milosevic, que ocorre nesta tarde.
“A postura da família é de que qualquer procedimento relativo o corpo de Milosevic é uma profanação e, se a autópsia não pode ser feita em Moscou, eles desejam que não se faça em absoluto”, informou Tomanovic à agência estatal sérvio-montenegrina “Tanjug”.
Um pedido inicial de Tomanovic para que a autópsia do ex-presidente fosse feita na capital russa foi rejeitada ontem à noite, mas foi aceita sua exigência posterior de que o exame, previsto para ser feito em Haia, fosse assistida por um médico russo.
Uol
