O deputado João Correia (PMDB-AC) encerrou hoje a greve de fome iniciada ontem em protesto contra a demora para votar o processo que corre contra ele por suposta quebra de decoro parlamentar. Ele foi acusado de envolvimento com a máfia sanguessuga.
Correia disse que decidiu encerrar a greve de fome após a promessa do presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), de votar o seu processo na próxima semana.
Izar afirmou hoje que se o deputado Anselmo (PT-RO) não apresentar até amanhã seu parecer no processo contra João Correia (PMDB-AC) irá destituí-lo do cargo e nomeará um novo relator. Ele disse ainda que há uma semana vem pressionando Anselmo a entregar seu relatório, já que o processo foi concluído.
A mulher de João Correia esteve hoje com Izar para reforçar o apelo para que ele agilize a votação do processo. Izar disse que faria o que estava ao seu alcance e pediu para que ela tentasse interromper o protesto.
"É uma situação desagradável. Ele já sabia que o processo seria julgado na semana que vem", afirmou.
Colchão
Correia chegou a pedir para a direção da Câmara que providenciasse um colchão para que ele pudesse descansar à noite enquanto mantivesse a greve de fome.
Correia disse que resolveu pedir o colchonete porque quase não conseguiu dormir esta madrugada, onde se acomodou nas cadeiras do plenário. Metade da luz do local teve que ficar acesa por causa da presença do parlamentar. "Dormi muito mal, por isso requisitei uns colchonetes", disse à Folha Online.
O filho do deputado o acompanhou na madrugada. Hoje, parentes de Correia, além da mulher dele, estiveram na Câmara para tentar dissuadi-lo do protesto.
Folha Online