Sigilo do caseiro

Depoimento de consultor complica situação do presidente da Caixa

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O depoimento do consultor especial da presidência da Caixa Econômica Federal, Ricardo Schumann, para a Polícia Federal complicou a situação do presidente da instituição, Jorge Mattoso. Schumann disse que entregou para Mattoso o extrato do caseiro Francenildo Costa.

A PF quer saber quem deu a ordem para acessar a conta de Francenildo, além de apurar o nome do responsável por vazar seus dados bancários para a imprensa. A quebra ilegal dos dados bancários configura violação da lei de sigilo bancário (nº 105/2001) e a pena é de um a quatro anos de reclusão para o autor da quebra.

Mattoso está depondo para a PF. Para a oposição, a permanência dele na Caixa ficou insustentável após o depoimento de Schumann. A Caixa deve divulgar uma nota assim que Mattoso retornar para o banco.

De acordo com os depoimentos já tomados pela PF, o Schumann deu a ordem para a superintendente Sueli Aparecida Mascarenhas tirar o extrato de Francenildo. Ela, por sua vez, repassou a ordem para Jeter Ribeiro de Souza, gerente da Caixa.

Em depoimento prestado ontem à tarde para a PF, Souza confirmou a ordem, disse que acessou o sistema e pediu a impressão do extrato do caseiro.

O documento, segundo ele, foi repassado para Sueli, que informou para a PF que entregou o extrato para Schumann.

O extrato, que foi repassado para a revista “Época”, mostrou que a conta poupança do caseiro na Caixa recebeu R$ 25 mil em depósitos de janeiro até agora. Essa informação foi usada pelos governistas para lançar a suspeita que o depoimento de Francenildo poderia ter sido comprado.

Entre os suspeitos de vazar os dados bancários de Francenildo para a imprensa está o assessor de imprensa de Palocci, Marcelo Netto.

A situação de Palocci também se complicou após a violação dos dados bancários de Francenildo. O sigilo do caseiro foi quebrado após seu depoimento à CPI dos Bingos.

Francenildo afirmou à comissão ter visto o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, várias vezes na casa alugada em Brasília pelos seus ex-assessores na Prefeitura de Ribeirão Preto. A CPI suspeita que a casa era usada para negociatas envolvendo integrantes do governo e festas com prostitutas.

Folha Online

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