Política

Cresce chance de Alencar ficar como vice de Lula; no PMDB, conformidad

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Depois de várias possibilidades aventadas, Lula deve mesmo disputar a reeleição tendo ao seu lado o atual vice-presidente, José Alencar. Não se trata de uma opção preferencial de ninguém no governo, mas este blog apurou que foram quase encerradas as negociações para abrir a vaga para um novo nome (falou-se em Ciro Gomes, Nelson Jobim, Renan Calheiros e tantos outros).

Alencar está para sair do cargo de ministro da Defesa, que acumula com a vice. A idéia é preservá-lo para o caso de algum imprevisto. Alguma aliança necessária de última hora. Nesse caso, o atual vice disputaria o Senado por Minas Gerais. Mas esse é o plano B.

Ciro Gomes, com se especula há tempos, seria esse plano B. Mas há resistências. Ele é detestado pelo, vamos dizer, “PT de raiz”, por representar uma ameaça real mais adiante, em 2010 –se Lula for reeleito agora, Ciro vai querer ser o candidato na próxima sucessão. Além disso, o político que hoje ocupa o Ministério da Integração Nacional está filiado ao PSB e engessaria a sigla aos petistas em todos os Estados, por causa da verticalização.

No caso de Alencar, o caminho seria mais, muito mais suave. O PT já se acostumou a ele (aliás, Alencar defende um modelo econômico desenvolvimentista de maneira mais enfática do que o próprio PT). Mas há duas razões principais para esse cenário ter se solidificado:

1) verticalização – o Supremo deve confirmar nesta semana, ou na que vem, que a regra continua a valer. Assim, alianças para presidente devem ser respeitadas nos Estados. O PMDB disputa para valer em 15 dos 27 governos estaduais. Se ficar com a vaga de vice de Lula, estaria atado ao PT em todas essas disputas regionais. Não tem jeito.

Até os partidos mensaleiros –PL, PTB, PP e outros– que gostariam de apoiar Lula também correm o risco de ficar formalmente de fora da aliança governista com a verticalização em vigor. Aliás, Zé Alencar era filiado ao PL, mas agora está numa sigla inexpressiva;

2) Zé Alencar está disponível – por ter se filiado ao nanico PMR (Partido Municipalista Renovador), José Alencar está completamente disponível para ficar onde está. É um nome de prestígio em Minas Gerais, seu Estado de origem.

Está prevista a desincompatibilização de Alencar do cargo de ministro da Defesa apenas se for possível atrair algum outro partido de peso para a chapa com Lula. Nesse caso, o mineiro tentaria se candidatar ao Senado, por seu Estado (seria o plano B).

Esse tal PMR é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, cuja cúpula tem se alinhado a Lula. Um dos seus mais vistosos representantes no Congresso é o senador-bispo Marcelo Crivella (RJ). Crivella ficará feliz em dividir o palanque com Lula no Rio, onde pretende disputar o governo local.

O PMR vive dizendo que mudará de nome para algo como Partido Republicano do Brasil, mas no site do TSE continua seu estatuto da fundação, de agosto passado.

Uma excentricidade, esse partideco é um braço desmembrado do PL. Isso fica evidente no desleixo da redação do estatuto. Lá no meio, no “Capítulo VIII – Das Bancadas” , o texto vai assim: “Art. 43 – As bancadas do PL nas Câmaras Municipais de Vereadores, nas Assembléias…”. Fala sério! Copiaram e nem mudaram o nome da sigla? Incrível. O que é mais inacreditável é o TSE ter aceitado o registro… Brasiiiill.

No PMDB, a reação é de resignação sobre a perda da vaga de vice-presidente com Lula. José Sarney (ex-Arena, ex-PDS e hoje no PMDB lulista), tem dito a seus interlocutores que o “o vice será o Zé Alencar porque tem um partido que não atrapalha em nada”. Viva o poder de síntese de Sarney.

No PT, muita gente continua a torcer o nariz para o continuísmo com Zé Alencar. Falam ao ouvido de Lula em uma chapa puro-sangue, só PT. Por exemplo, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como candidata a vice-presidente. Lula sabe que quem fala isso só quer mesmo, de fato, atrapalhar.

Blog do Fernando Rodrigues-Uol

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