Passados 23 dias da votação do relatório final da CPI dos Correios, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), presidente da comissão, e o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator, ainda não sabem de que forma será entregue ao Ministério Público a lista com o nome de 50 novos suspeitos de terem recebido o suposto “mensalão”.
Ambos se dizem preocupados com possíveis injustiças. Serraglio afirma haver nomes na lista sobre os quais não haveria provas ou coincidências suficientes para condenação. “O medo é de botar gente inocente”, diz.
Uma possibilidade sob a análise dos dois é repassar ao Ministério Público o banco de dados com as informações colhidas pela CPI. Caberia aos procuradores repetirem o trabalho feito pela comissão: promoverem o cruzamento das informações, a análise das coincidências e a identificação de possíveis culpados.
Dessa forma, os integrantes da CPI não teriam responsabilidade sobre a indicação do nome de colegas que poderiam ser inocentados posteriormente. “Estamos em dificuldade enorme. Não sabemos o que fazer”, afirmou Serraglio.
De qualquer forma, o presidente da CPI afirma que encaminhará as informações na próxima semana.
Os deputados constam dessa lista porque seus assessores estiveram na agência do Banco Rural em Brasília. Nas datas em que foram à agência, a CPI detectou saques realizados nas contas da SMPB sem justificativa e a presença de Simone Vasconcelos, funcionária da empresa de Marcos Valério Fernandes de Souza, que distribuía dinheiro em espécie para os mensaleiros.
Fonte: Folha Online