O desvio de recursos do Orçamento da União descoberto pela “Operação Sanguessuga” da Polícia Federal pode ter ido além das compras superfaturadas de ambulâncias para diversos municípios. A suspeita da PF é que quadrilhas tenham atuado também nas reformas de hospitais e execução do programa de inclusão digital.
Foi isso o que a PF informou ao presidente da Comissão de Orçamento do Congresso, deputado Gilmar Machado (PT-MG). Diante da informação, o petista decidiu divulgar hoje a lista contendo todas as emendas parlamentares destinadas à Saúde.
A idéia inicial de Machado era apresentar apenas as emendas de bancada e individuais que direcionavam recursos do Orçamento para a compra de ambulâncias.
“Tanto a Polícia Federal como o Ministério Público têm outras investigações que estão sendo apuradas. Para não dizer que estou mostrando uns e escondendo outros, vou divulgar o levantamento completo para não cometer injustiças”, disse Machado.
Integrantes do Departamento Jurídico da Câmara, que tiveram acesso ao material enviado pela Justiça Federal sobre a “Operação Sanguessuga”, reunindo citações de 65 deputados, têm dúvidas sobre a consistência do documento. Um dos assessores afirmou que há menções superficiais que necessitam de investigações mais aprofundadas.
Ontem, vários parlamentares pediram que seus advogados procurassem a assessoria da Câmara para ter acesso aos documentos. Porém, foram informados que só depois de o corregedor-geral da Casa, Ciro Nogueira (PP-PI), ter acesso ao material, o que deve acontecer hoje, é que os demais deputados poderiam analisar os processos.
Por orientação do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), a Corregedoria Geral examinará o caso, enquanto uma sindicância interna da Casa será responsável pelas investigações relativa aos assessores supoStamente envolvidos no caso.
fonte: Folha Online