Política

Confira os maiores doadores de Lula e Alckmin na eleição

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) foi a maior doadora à campanha da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A mineradora, privatizada em 1997, doou

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) foi a maior doadora à campanha da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A mineradora, privatizada em 1997, doou R$ 4,05 milhões ao comitê financeiro do PT, que repassou ao caixa da campanha do candidato. A prestação de contas da campanha petista foi entregue ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O Itaú é o principal financiador da campanha do candidato Geraldo Alckmin. Veja a lista dos doadores (com os valores) da campanha presidencial de 2006.

As doações legais foram feitas por meio de duas empresas controladas pela Vale do Rio Doce. Por lei, a mineradora não pode fazer doações diretas porque ela é dona de concessões público no setor de ferrovias. Por conta desta limitação, o dinheiro foi entregue pela Caemi e a Minerações Brasileiras Reunidas (MBR).

A Vale do Rio Doce, presidida por Roger Agnelli, também foi a empresa que mais financiou candidaturas vitoriosas à Câmara Federal, elegendo 46 deputados, conforme levantamento realizado pelo Valor no último dia 10. No Legislativo, a Vale havia gasto R$ 5,3 milhões.

Empreiteiras (Camargo Corrêa, OAS e Andrade Gutierrez), bancos (Itaú, Bradesco, ABN AMRO Real e Unibanco) e siderúrgicas (CSN e Gerdau) voltaram a figurar no topo da lista dos maiores doadores de campanha do candidato a presidente.

Uma das surpresas na lista dos contribuintes da campanha do PT foi a aparição da Cutrale, segunda maior doadora. A empresa, maior fabricante de suco de laranja do mundo, doou R$ 4 milhões ao cofre do candidato do PT. Outra novidade foi a presença maciça das usinas de açúcar e álcool entre os financiadores. A Coopersucar, maior cooperativa do setor, destinou R$ 1,28 milhão. Embora os valores sejam inferiores a R$ 500 mil, pelo menos cinco usinas – Cosan, Caeté, Moema, Dedini e Cerradinho – destinaram entre R$ 374 mil e R$ 50 mil ao candidato reeleito.

Ao contrário da eleição de 2002, a Coteminas, indústria têxtil ligada ao vice-presidente da República, José de Alencar, nem sequer apareceu neste ano na lista do TSE. Em 2002, a empresa havia sido a maior contribuinte da campanha do candidato petista, com R$ 2,4 milhões.

No rol das doações pessoais, os irmãos Pedro e Alexandre Grendene tiraram R$ 1 milhão, cada um, de suas fortunas para bancar a campanha. O valor foi superior até ao montante destinado pela empresa calçadista controlada por eles: R$ 320 mil.

O empresário Eike Batista, dono da holding EBX, também tirou R$ 1 milhão do próprio bolso. Na campanha passada, sua então mulher, a modelo Luma de Oliveira, havia sido a maior doadora como pessoa física da primeira vitória de Lula em 2002, com R$ 27 mil.

Executivos da Petrobras também ajudaram a financiar a campanha do PT. O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, e o diretor da área de gás, Ildo Sauer, contribuíram R$ 20 mil e R$ 22 mil.

Empreiteiras que prestam serviços à Petrobras também estiveram presente. entre os doadores A FSTP Brasil, consórcio responsável pela construção de plataforma de petróleo, e a Companhia Nacional de Dutos, que faz montagem de oleodutos e gasodutos, contribuíram com R$ 2 milhões e R$ 1 milhão.

No primeiro escalão do governo Lula, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, também deram sua cota: R$ 2 mil e R$ 4 mil.

As receitas arrecadadas pelo PT foram insuficientes para cobrir os gastos da campanha. O partido fechou a campanha eleitoral com dívidas de R$ 9,8 milhões. O PT arrecadou R$ 93,4 milhões e gastou R$ 103,3 milhões.

O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, derrotado no segundo turno das eleições presidenciais, também deixou para trás um rombo no caixa, que totalizou R$ 19,9 milhões. A campanha tucana arrecadou R$ 62 milhões e gastou R$ 81,9 milhões. Ao todo, os candidatos do segundo turno da eleição presidencial gastaram R$ 185,2 milhões. Deixaram uma dívida de R$ 29,7 milhões. A dívida será assumida pelos partidos.

Apesar das dívidas, os gastos de campanha estão dentro das previsões feitas pelos presidenciáveis ao tribunal. A campanha de Lula previu gastos de até R$ 115 milhões. Alckmin fixou um teto de R$ 95 milhões.

Os gastos deste ano foram muito superiores às eleições anteriores. Em 2002, Lula gastou R$ 33,7 milhões. Ou seja, o presidente gastou três vezes mais para se reeleger, neste ano.

Já o adversário de Lula, em 2002, o tucano José Serra, gastou R$ 34,4 milhões naquela campanha. Agora, o PSDB saltou para R$ 81,9 milhões. É mais do que o dobro dos gastos de Serra. Em 1998, na campanha pela reeleição, o presidente Fernando Henrique Cardoso gastou R$ 45,9 milhões.

A diferença entre a prestação de contas atual e as anteriores é que, agora, há um rigor maior contra o caixa 2 e os partidos tiveram que encaminhar informações detalhadas sobre as suas despesas e receitas. A atual Lei Eleitoral prevê a cassação do diploma do candidato que não cumprir com as suas metas financeiras.

ultimosegundo

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