O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está “lúcido, orientado e passou a noite bem”, segundo boletim médico divulgado nesta quarta-feira (11) ao meio-dia.
O petista, que tem 79 anos, passou por uma cirurgia de emergência na madrugada de terça-feira (10) para drenar um hematoma na cabeça – ainda em decorrência da queda que sofreu no banheiro de casa em outubro.
Segundo o boletim, Lula continua na UTI e evoluiu bem no pós-operatório imediato, sem intercorrências. Ele permanecerá com o dreno no local da cirurgia enquanto aguarda novos exames de rotina.
Logo após a cirurgia, os médicos disseram que ele não ficará com nenhuma sequela e que as funções neurológicas dele estão preservadas.
De acordo com a equipe médica, a previsão é a de que o presidente retorne a Brasília no começo da próxima semana. Por ordem médica, Lula está proibido de receber visitas de trabalho no hospital até ficar completamente recuperado.
A primeira-dama, Janja, acompanhou Lula na viagem de Brasília a São Paulo e está com ele no quarto do hospital.
O presidente foi internado às pressas no fim da noite de segunda-feira (9) no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo após passar o dia com dor de cabeça. Ele achava, na verdade, que estivesse ficando com gripe.
Ainda em Brasília, ele havia passado por um exame de imagem, que mostrou uma nova hemorragia intracraniana, de cerca de três centímetros. Lula foi, então, transferido para a unidade do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo.
Embora, na queda, Lula tivesse batido a região da nuca, o hematoma estava na região do lobo frontal e do lobo parietal. O lobo frontal está localizado diretamente atrás da testa, e o parietal, atrás do frontal.
Isso acontece, segundo os médicos, porque o sangramento é causado pelo “chacoalhão” do cérebro na batida. “Quando você bate a cabeça e chacoalha pra frente e pra trás, o sangramento não é no local da batida. Ele é causado pelo chacoalhão do cérebro porque o cérebro se desloca dentro do crânio”, explicou o neurocirurgião Marcos Stavale.
O lobo frontal é considerado o centro de controle por ser responsável pelos movimentos voluntários do corpo, pela linguagem e pelo gerenciamento das habilidades cognitivas. Já o lobo parietal faz a integração das informações sensoriais, como toque, temperatura e dor.
Como foi a cirurgia
A cirurgia levou cerca de duas horas. O sangramento estava entre o cérebro e a membrana meníngea (que reveste o órgão), sem prejuízo algum ao cérebro. O nome técnico do procedimento é trepanação.
Veja abaixo o boletim médico:
Por g1 São Paulo