O prefeito do Rio, César Maia (PFL), voltou a atacar as negociações entre PSDB e o PFL sobre as alianças entre os dois partidos nos Estados. No começo da semana, Maia disse que o PFL poderia não indicar um vice para a chapa de Alckmin à Presidência da República. No e-mail disparado hoje pelo seu ex-blog, Maia foi mais direto nas críticas.
Maia reclama da falta de apoio dos tucanos em redutos em que o PFL teria mais força que o PSDB. O prefeito do Rio propõe uma “uma aliança do tipo Concertación chilena” com o PSDB. Esse tipo de aliança, explica o prefeito, “significa reconhecer o espaço regional majoritário do partido parceiro e reforçar sua hegemonia neste espaço ou distrito ou Estado”.
As principais diferenças entre PSDB e PFL se concentram justamente nos Estados em que o PFL tem candidato a governador e o PSDB não. Os tucanos resistem mesmo assim a apoiar o pefelista ou ameaçam negociações com adversários. É esse o caso de Sergipe, Maranhão e Bahia.
Por conta dessa resistência, Maia diz que o PSDB faz política de cooptação e, em troca do apoio do PFL, daria “uns cargos” aos pefelistas se vencesse as eleições.
“A Concertación significa reconhecer o espaço regional majoritário do partido parceiro e reforçar sua hegemonia neste espaço ou distrito ou Estado. No entanto o PSDB quer reproduzir a prática anterior e ter o PFL, seu apoio eleitoral, seu tempo de TV, e apenas compor a chapa e depois –se eleito– entregar uns cargos. Isso não é Concertación –mas política velha de cooptação”, afirmou Maia.
Nesta semana, depois das declarações de que o PFL poderia não indicar o vice de Alckmin, Maia foi desautorizado pelos principais negociadores da aliança PSDB-PFL. O presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), afirmou que problemas na coligação são levados a ele somente pelo presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC).
“Nós não nos deixamos levar por opiniões regionais, locais e pontuais para que isso não venha a criar crises ou problemas desnecessários”, afirmou Tasso. “Então, entre nós existe essa posição: qualquer problema do PSDB é levado ao presidente Bornhausen por mim em nossa reunião semanal, e qualquer problema do PFL é trazido a mim pelo presidente do PFL [Bornhausen]”, disse.
Maia ainda faz uma comparação entre o desempenho do PFL e do PSDB nas urnas. Segundo ele, o PFL fez 95 deputados, em média, nas últimas três eleições. No mesmo período, o PSDB elegeu 70 deputados. “As contas do PFL mostram que com uma Concertación nacional podemos eleger 200 deputados, pelo menos 10 governadores e senadores. Sem ela no máximo repetiremos a média, reduziremos os governadores e senadores e afetaremos a competitividade de nosso candidato a presidente e a governabilidade futura.”
Fonte: Folha Online
César Maia diz que PSDB quer fazer “política velha de cooptação”
None
Política
Política
Política
Política
Política