Política

Campanha para Presidência da Câmara pode chegar a R$ 200 mil

A eleição para a Presidência da Câmara, que ganha contornos de guerra na base aliada, deve custar caro aos candidatos

A eleição para a Presidência da Câmara, que ganha contornos de guerra na base aliada, deve custar caro aos candidatos. Tanto na campanha de Aldo Rebelo (PC do B-SP), quanto na de Arlindo Chinaglia (PT-SP), o assunto dinheiro começou a ser discutido, embora de forma discreta. A avaliação é que os gastos ficarão entre R$ 200 mil e R$ 300 mil, por causa do material de propaganda e das viagens que os dois candidatos devem fazer em busca de votos.

Com o Congresso em recesso, a estratégia dos dois candidatos é correr atrás de votos nos Estados. O deputado Odair Cunha (PT-MG) disse que a campanha de Chinaglia já arrecadou R$ 24 mil. A meta é chegar a R$ 200 mil. Para isso, os aliados estão sendo chamados a colaborar com R$ 2 mil. Até agora, 12 já doaram o recurso pedido.

Além de custear as viagens do deputado Chinaglia, que deve se deslocar preferencialmente de avião comercial, mas quando não for possível de avião particular, o dinheiro arrecadado também servirá para pagar material de propaganda. A campanha contratou uma agência de publicidade de Brasília que criou a marca: Arlindo presidente, pela Câmara e pelo Brasil. Também serão feitos folders. Chinaglia ainda contratou dois assessores de imprensa.

Segundo Odair Cunha, as doações são feitas em uma conta corrente em nome de vários parlamentares. Ele disse que a campanha optou por esta fórmula porque quer dar transparência ao processo. Os nomes dos doadores, no entanto, só serão divulgados no final da campanha.

Para Cunha, não é possível uma campanha sem custos. Ele rebateu as insinuações de que a campanha de Chinaglia será a do milhão, contra a de Aldo Rebelo, a do tostão. "Não existe campanha que não tenha despesa. Ou é a Câmara que paga, o que é ilegal, ou é uma empresa, ou são os deputados. Nós dizemos que a nossa será custeada pelos parlamentares", afirmou.

Aldo

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, evitou comentar o assunto nesta quarta-feira. "Vou discutir sobre esta campanha na próxima semana", se limitou a dizer ao ser questionado por jornalistas.

Um dos coordenadores da campanha, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), adiantou, no entanto, que não haverá gastos. Segundo ele, o comunista já definiu que não irá viajar "porque é impossível visitar todos os Estados", o que reduz os custos da campanha.

"Como presidente da Câmara, o Aldo poderia usar o jatinho da FAB, mas ele não vai fazer isso. Como não temos como pagar para ele ir aos 27 Estados, ele não vai. A campanha vai ser do nosso contato direto com os parlamentares", disse. Confrontado com os gastos da campanha adversário, Ciro ironizou: "Eles devem estar com muito dinheiro mesmo".

Para o parlamentar, o marketing da campanha de Aldo será criado pelos próprios deputados que o apóiam. "Isso não é uma campanha presidencial para ter que contratar publicitário", alfinetou.

Ciro Nogueira lembrou que na campanha de Severino Cavalcanti (PP-PE) também não houve custo. "Enquanto o [Luiz Eduardo] Greenhalgh e o Virgílio [Guimarães] viajavam de jatinho pelo país, o Severino ficou aqui e ganhou a eleição", disse.

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