Uma boa notícia para comemorar hoje o Dia da Mata Atlântica: houve uma redução de 71% na taxa de desmatamento da floresta no período de 2000 a 2005, em comparação com o período anterior, de 1995 a 2000.
O dado preliminar é de um estudo feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica. A informação foi divulgada ontem, durante solenidade no parque Ibirapuera promovida pela fundação.
De acordo com o pesquisador e coordenador do atlas pelo Inpe, Flávio Jorge Ponzoni, os dados são parciais porque relacionam somente oito dos dez Estados abrangidos pelo levantamento normalmente. Os resultados finais estarão disponíveis no final deste ano –Minas Gerais e Bahia devem ser analisados nos próximos meses.
Dos Estados avaliados até agora, o que mais reduziu a taxa de desflorestamento nesse período foi o Espírito Santo, em 96%. Na seqüência, vêm Rio de Janeiro (90%), Paraná (88%) e Rio de Grande do Sul e São Paulo, ambos com 84% de diminuição na taxa de desmatamento.
Valores brutos
“Apesar da queda da taxa de desflorestamento no atual período, o que deve ser comemorado, os valores brutos continuam elevados, especialmente levando-se em conta os altos índices de desflorestamento identificados nos últimos 20 anos. O que resta de floresta original deve ser efetivamente protegido”, afirma Márcia Hirota, uma das diretoras da SOS Mata Atlântica. Hoje, restam apenas 7% da floresta.
Segundo a fundação, o Paraná, que já foi campeão de desmatamento nos períodos de 1985 a 1990 e 1995 a 2000, teve uma redução de 88%. Mesmo assim, ainda são muitas as áreas desflorestadas.
Aumento
Nos Estados de Goiás e Santa Catarina, porém, em vez de diminuição houve aumento da destruição da mata. No primeiro, houve um crescimento de 18,1%, e, no segundo, de 8,2%.
Segundo o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, o período crítico de desmatamento da mata atlântica já ocorreu e, agora, caminha-se para uma estabilização desse processo. Contribuíram para esse fenômeno, diz ele, a maior consciência ecológica da população e uma legislação mais dura.
A comemoração do Dia da Mata Atlântica acontece até amanhã na marquise do parque Ibirapuera. A exposição “Viva a Mata” reúne projetos e instituições que ajudam a proteger o bioma. Os visitantes ganham uma muda de árvore típica da mata atlântica e podem fazer atividades como ioga e pilates ou separar lixo.
Ontem, muitas crianças e adolescentes que visitaram o MAM (Museu de Arte Moderna) aproveitaram para conhecer a mostra na marquise.
A estudante Cíntia Karine Basílico, 13, teve a oportunidade de ver e brincar pela primeira vez com uma jibóia –Jack– e uma arara-canindé –Cacau. “Imaginava que a pele da cobra era lisinha, mas não é. Deu muita adrenalina encostar nela.”
Fonte: Folha Online
Cai taxa de devastação da mata atlântica
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