O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, de 16,50% para 15,75%. O corte de 0,75 ponto percentual era a principal aposta do mercado, seguindo a tendência estabelecida nas últimas reuniões do órgão do Banco Central. Com essa redução, a taxa Selic é a mesma de março de 2001, e a melhor desde o início do governo Lula, em janeiro de 2003.
Foi também a primeira decisão sobre a taxa de juros desde a saída de Antonio Palocci do comando da Fazenda, ministério assumido pelo ex-presidente do BNDES, Guido Mantega.
A decisão do Copom foi unânime e a entidade manteve a taxa sem viés, mecanismo que permitiria a mudança da taxa mesmo antes da próxima reunião, marcada para os dias 30 e 31 de maio.
De acordo com analistas, a queda de 0,75 ponto significa a manutenção do ritmo de redução imposto desde outubro de 2005: por quatro reuniões consecutivas, a decisão do Copom foi baixar a Selic em 0,5 ponto. Como as reuniões agora acontecem a cada 45 dias, e não mais 30, as reduções de 0,75 ponto correspondem aos cortes anteriores. A maioria dos analistas já previa a queda de 0,75 ponto, com a seqüência da política adotada nos últimos meses.
É a sétima queda consecutiva da Selic desde setembro de 2005, quando um corte de 0,25 ponto percentual reduziu a taxa de 19,75% para 19,5%. Na época, a Selic já acumulava alta de 3,75 pontos desde setembro de 2004. O nível mais alto da taxa básica durante o governo Lula foi de 26,5%, mantido entre fevereiro e junho de 2003.
Mas os indicadores das últimas semanas davam mostras de que o colegiado do Copom poderia ter sido menos conservador no corte da taxa. Os dados de inflação, produto interno bruto e dólar sinalizavam abertura por um corte mais agressivo por parte do BC.
Esta quarta, o IGP-10, divulgado pela Fundação Getulio Vargas, apontou deflação de 0,65% nas últimas quatro semanas, ampliando a queda de 0,03% registrada na medição anterior. Nos últimos 12 meses, a taxa acumula deflação de 0,78%.
A cotação do dólar em queda e o produto interno bruto fraco também poderiam ter influenciado um corte próximo a 1 ponto percentual. O risco-País, que se mantém na região dos mesmos 224 pontos observados na data da última reunião do Copom, reforçava os argumentos dos que pediam uma queda mais acentuada.
O cenário internacional também apresentava configuração favorável a uma maior redução. Na terça, o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) sinalizou o fim da seqüência de alta de juros dos EUA. Na Europa, as taxas também não devem sofrer altas bruscas, por conta da inflação contida e da economia fragilizada, de acordo com análise do Fundo Monetário Internacional (FMI). Com isso, há menor risco de uma migração do investidor estrangeiro de papéis de emergentes para países desenvolvidos.
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BC corta juros em 0,75 ponto, e taxa é a menor do governo Lula
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira
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