A bancada do PMDB na Câmara decidiu que na próxima semana deverá definir o nome do partido para disputar a Presidência da Câmara. Em reunião na casa do deputado Tadeu Filipeli (DF), ontem à noite, cerca de 60 deputados do partido avaliaram que o PMDB pode perder espaço na negociação com a demora a se posicionar. PT e PC do B já lançaram candidatos ainda que extra-oficialmente.
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-AP) admitiu hoje que é candidato, bem como o presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), que tenta a reeleição.
Segundo o deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE), a partir do momento em que a bancada oficializar um nome "o processo será irreversível".
Nos bastidores, porém, a maioria dos peemedebistas admite negociar a Presidência da Câmara com o PT em troca de mais espaço para o partido no governo.
TCU
O teste para medir a viabilidade do acordo entre PT e PMDB será na eleição para o novo ministro do TCU (Tribunal de Contas da União). Na reunião da bancada, o partido decidiu insistir no nome do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). O PT lançou o deputado Paulo Delgado (PT-MG).
Na avaliação dos peemedebistas, se o PT ceder nesta questão, a possibilidade de um acordo com o PMDB para que a legenda fique com o comando da Câmara aumentará.
Líderes do PT condenam o "teste". "Não podemos transformar a eleição do TCU numa prévia da eleição para a Câmara", afirmou o deputado Walter Pinheiro (PT-BA). O deputado um dos cotados no PT para concorrer ao comando da Câmara disse que o seu partido "vai ter que entender" que a preferência é do PMDB porque o partido elegeu a maior bancada para a próxima legislatura.
Segundo o deputado, o PT ou o PC do B só ficarão com a Presidência da Câmara se houver acordo com os peemedebistas.
"O presidente Lula pode ser tudo, menos bobo. Ele não vai comprar esta briga [para reeleger Aldo Rebelo]. Para ter o Aldo ou alguém do PT [na Presidência] tem que ter a concordância do PMDB que é o dono da vaga. O PT vai ter que entender isso", disse.
A eleição para o novo presidente da Câmara ocorre somente em fevereiro, mas a avaliação tanto do PT quanto do PMDB é que até o final do ano o candidato de consenso já esteja definido.
Folha Online