O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que os preços do gás exportado pela Bolívia serão discutidos “da forma mais democrática possível” e reforçou que a decisão do presidente boliviano, Evo Morales, de nacionalizar as reservas de petróleo e gás, é soberana. A declaração de Lula foi dada após o encerramento do encontro em Puerto Iguazú com Evo Morales e os presidentes da Argentina, Nestor Kirchner, e da Venezuela, Hugo Chávez.
Em entrevista coletiva após a reunião Lula reforçou que a decisão de Evo Morales é de soberania sobre o uso dos recursos naturais do país e avisou que os preços do gás exportado ao Brasil serão discutidos “da forma mais democrática possível”. “As pendências nós iremos discutir bilateralmente entre o governo da Bolívia e do Brasil ” , disse o presidente brasileiro.
Questionado sobre a decisão da Petrobras, que ontem informou a decisão de suspender novos investimentos na Bolívia, Lula afirmou que a empresa é independente e investe onde convém.
Evo Morales, por sua vez, informou que a reunião eliminou qualquer “suscetibilidade ou preocupação dos governos” que pudesse existir com a decisão de nacionalização das reservas. Antes da reunião, entretanto, Morales chegou a acusar a Petrobras de “chantagem”, devido à decisão de suspender investimento no país.
Conforme avaliação de Kirchner, que transmitiu o conteúdo do encontro, os líderes demonstraram apoio à iniciativa de Morales e concordaram com a necessidade de garantir o fornecimento e discutir o preço do gás exportado pela Bolívia no âmbito bilateral. “Deverá ser adotado um preço que tenha racionalidade, critério e que ajude a melhorar a situação bilateral”, disse o presidente argentino.
Uol
