Política

Advogado de envolvido fala em visita de marketing a deputados

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Preso na Operação Sanguessuga, o empresário Ronildo Pereira Medeiros, 37, afirmou à Corregedoria da Câmara que ia ao menos uma vez por mês, desde 2004, a gabinetes de deputados “fazer marketing para que [os parlamentares] elaborassem emendas [ao Orçamento] na área de ambulâncias e equipamentos hospitalares”, informou o advogado Otto Medeiros de Azevedo Júnior sem citar nomes de parlamentares.

Defensor de Ronildo Medeiros, o advogado disse ainda que o empresário Darci José Vedoin, 60, acusado de liderar a suposta quadrilha da venda de ambulâncias superfaturadas, também admitiu visitas aos deputados pelo mesmo motivo.

Azevedo Júnior assistiu anteontem aos depoimentos prestados à Corregedoria, a portas fechadas, por Ronildo Medeiros, Vedoin e família (filho, filha, sobrinho e mulher), além de Maria da Penha Lino, 52, ex-assessora do Ministério da Saúde. O grupo foi preso na Operação Sanguessuga.

Em depoimento à PF (Polícia Federal) na semana passada, em Cuiabá, Maria da Penha afirmou que 81 congressistas recebiam propina para fazer emendas destinadas à compra de ambulâncias superfaturadas.

Na versão dela, o dinheiro da propina entrava no Congresso na “mala, meia, paletós e cuecas” dos donos da Planam, empresa fornecedora de ambulâncias da família Vedoin. Maria da Penha foi funcionária da Planam de 2003 a março de 2005. É acusada de atuar para a quadrilha no Ministério da Saúde, onde trabalhava desde agosto de 2005. Ela nega.

Dono de quatro empresas que forneciam equipamentos hospitalares, usados em ambulâncias, Medeiros foi acusados pela PF de superfaturar preços e manipular licitações nas prefeituras.

O empresário nega. “Ele vendia tudo com transparência e legalmente”, afirmou o advogado, que vai entrar com pedido de habeas corpus para seu cliente.

No relatório em que pediu a prisão de Medeiros, a PF cita transcrição de uma conversa, de 16 de janeiro passado, entre ele e Pedro Braga de Souza Júnior, 46, também preso e, na época, assessor do deputado Eduardo Seabra (PTB-AP). Souza ligou do gabinete do deputado e foi informado pelo empresário que receberia R$ 5.000.

O dinheiro, segundo a PF, foi depositado um dia depois na conta do então assessor e teria sido pagamento por ele negociar uma licitação na Prefeitura de Itaubal (AP) em favor da empresa de Ronildo Medeiros.

A secretária do gabinete do deputado Seabra informou que ele viajou e não forneceu telefones de contato. A reportagem não localizou o advogado do ex-assessor.

Segundo Azevedo Júnior, o empresário não pagava propina para assessores ou deputados. “Ele conhecia quase todos os deputados e fazia marketing. Entregava panfletos nos gabinetes ou para os próprios deputados”, disse.

Ainda segundo o advogado, o empresário informava ter empresas de equipamentos hospitalares em Mato Grosso e dizia aos deputados: “O senhor manda uma emenda para lá que a gente atende as prefeituras”. O advogado negou que a estratégia fosse lobby. “Isso é marketing, propaganda”, disse.

Fonte: Folha Online

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