O segundo acusado de envolvimento no assalto que resultou na morte de um cabo da PM, Letácio Daniel da Silva, 44 anos, detalhou toda a ação dos bandidos após ser preso. O ex-presidiário Valdeci dos Santos Arruda, 43 anos, foi o homem que dirigiu o carro utilizado pelos assaltantes na ação e que escondeu a arma do crime em sua casa. Ele disse ser motorista de alternativo e seu carro, um Fiat Uno, de placas frias KLM 9181 PE, está apreendido.
Em seu depoimento, Valdeci contou que foi contratado pelos assaltantes Carlos Marcelino de Albuquerque, 29 anos, conhecido por “Neném”, que esta preso e outro conhecido por “Nego”, que está foragido. Segundo ele, o convite era para fazer uma corrida até João Pessoa, mas no caminho os dois disseram que iria fazer um assalto. Como já tinha antecedentes criminais, Valdeci aderiu ao plano e seguiu a viagem.
O acusado disse que os três ficaram rondando nas imediações do mercadinho Mini-Preço, no bairro dos Ipês e que, ao perguntar a “Neném” se o roubo daria certo, este respondeu que sim e que queria apenas pegar uma “mincharia”. Após dar algumas voltas no local ele parou o carro em uma praça próximo ao estabelecimento, enquanto “Neném” e “Nego” saíram para fazer o assalto.
Uma das funcionárias do mercadinho foi ouvida na 3ª Delegacia Distrital, onde os acusados foram autuados e contou como tudo aconteceu. Segundo ela, os dois assaltantes se aproximaram e começaram a conversar com o cabo Letácio Daniel, perguntando se havia segurança no mercadinho. A testemunha disse não ter ouvido a resposta do militar.
Em seguida o cabo entrou no mercadinho, rendido pelos assaltantes, que foram para um dos caixas e começaram a pegar o dinheiro. Segundo a testemunha, quando seguiram para o segundo caixa, foi ouvido um disparo e todos os funcionários se jogaram no chão. Enquanto os bandidos fugiram, um dos funcionários viu que o cabo Daniel estava ferido e correu para socorrê-lo. Ele foi levado para o Hospital de Emergência e Trauma, mas morreu a caminho.
Segundo a funcionária, o cabo Daniel vivia dizendo que, para bandidos conseguirem roubar o estabelecimento, teriam que mata-lo primeiro. Dizia ainda que, se um assalto acontecesse, ele só atiraria nas pernas dos bandidos, “somente para ver a queda”. Após a prisão dos acusados e a constatação de que um deles tinha sido baleado na virilha, concluiu-se que ele tinha tentado exatamente o que prometia.
De volta para o carro, “Neném” mandou que Valdeci saísse rápido porque ele tinha sido baleado. Os bandidos seguiram para Bayeux e, em outro carro, o assaltante ferido foi socorrido para o hospital São Vicente de Paula, onde foi preso. Ao ser interrogado pelos policiais, acabou dando pistas sobre Valdeci, que acabou sendo preso em sua casa. Os policiais ainda fizeram uma revista na residência e encontraram o revólver calibre 38, que foi utilizado no assalto, com uma munição deflagrada. Na manhã de hoje o motorista foi levado para o presídio enquanto “Neném” continua interno sob custódia policial, no Hospital de Trauma.
