Os criminosos presos nesta quinta-feira durante a Operação Castellana serão acusados de seis crimes: estelionato qualificado, falsidade ideológica, formação de quadrilha, evasão de divisas, sonegação fiscal e informação falsa de contrato. As penas, somadas, chegam a 35 anos de prisão.
Segundo o delegado Jader Lucas, dos 21 mandados de prisão, 13 já foram cumpridos – oito em Belo Horizonte (entre eles a prisão do deputado federal eleito Juvenil Alves (PT-MG), encontrado em sua casa), quatro em São Paulo e um no Rio de Janeiro. Estima-se que a quadrilha causou um rombo de R$ 1 bilhão.
O esquema vinha sendo investigado há dois anos. O que chamou atenção dois procuradores, no entanto, foi o fato de o deputado federal eleito Juvenil Alves ter alcançado a marca de mais de 100 mil votos, e ter declarado ao TRE um gasto de R$ 415 mil. "É um gasto baixo", condidera o procurador Rodrigo Leite Prado.
O esquema de fraude fazia uso de sociedades anônimas, estabelecidas no Uruguai e na Espanha, em nome de laranjas, para ocultar e dissimular valores e bens de empresários brasileiros. Desta forma, lavagam de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal eram realizadas legalmente, na chamada "blindagem patrimonial".
De acordo com a equipe de investigadores, através da Sociedade Anônima Financeira de Investimentos (Safi), no Uruguai, e Entidade de Depósito de Valores no Estrangeiros (ETVE), na Espanha, foram constituídas sociedades no Brasil.
As pessoas jurídicas brasileiras, por sua vez, adquiriam o patrimônio dessas empresas e transferiam para elas o patrimônio dos bens. Entretanto, através da investigação, foi descoberto que tanto as sociedades estrangeiras quanto as brasileiras eram laranjas.
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Fonte: Terra