O secretário de Segurança Pública, Harrison Targino, negou hoje que o governo esteja descumprindo o escalonamento vertical e pediu bom senso aos policiais manifestantes, criticando exageros cometidos durante essa quarta-feira. Ele mostrou que soldados e cabos não estão recebendo os mesmos salários e, quanto aos incidentes, disse que a população precisa ser respeitada.
Segundo Harrison, está havendo má interpretação dos números, por parte dos que dizem que o governo não está cumprindo o escalonamento vertical. Ele explicou que, após 11 anos sem que isso acontecesse, o governador Cássio Cunha Lima concedeu aumento linear de 5% sobre os vencimentos dos servidores e alinhou o soldo do soldado ao salário mínimo nacional.
Nesse sentido, segundo ele, o policial militar na Paraíba receberá de início um salário de 970 reais e se estiver na rua, com direito a gratificação passará de 1 mil. Já o cabo PM recebe um salário em torno de R$ 1,1 mil, o que representa uma vantagem de 130 reais em relação ao soldado. Diante disso, Harrison afirmou que não descumprimento do escalonamento vertical.
Harrison disse ainda que no campo da remuneração, o policial militar da Paraíba recebe mais que em estados de maior arrecadação, a exemplo do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Pernambuco. Além disso, para o secretário o reajuste concedido pelo governo representa um aumento significativo no salário dos cabos e soldados.
“Essa foi uma medida genérica adotada pelo governo para todos os servidores, que causou um grande impacto na folha de pagamento do Estado”, comentou Harrison. Ele lembrou ainda o apr eço que o governador tem demonstrado com os policiais militares, desde quando concedeu no primeiro ano de mandato um aumento de 14%, o que não aconteceu nos governos anteriores.
Quanto às reivindicações dos soldados envolvidos no movimento de vigília, Harrison disse que era de se estranhar que, após o segundo dia de mobilização, nenhum pedido de audiências tenha sido formalizado, quer seja com o governador, com ele ou com o Comandante Geral da PM. “Esse governo tem dialogado abertamente com todos os servidores, com a máxima transparência possível”, afirmou.
Segundo Harrison, somente na noite da terça-feira uma comissão de deputados o procurou, informando da intenção dos líderes do movimento de vigília em ter uma audiência para entregar uma pauta de reivindicações. No mesmo momento, o secretário confirmou para as 18 horas dessa quinta-feira, um encontro com os presidentes das associações que estão promovendo o movimento. “Vamos manter um diálogo maduro, sem viéis político que parece comandar algumas ações em ano eleitoral, quando o bom senso desaparece em detrimento do interesse público”, afirmou.
Quanto ao policiamento nas ruas, Harrison afirmou que em nenhum momento houve afetação do serviço público e que a polícia continua nas ruas desempenhando seu papel. Ele afirmou que o movimento de vigília na frente do Palácio é com posto majoritariamente por policiais aposentados e que os militares da ativa só estão indo para a praça nos dias de folga. “Há um ou outro caso de policial deixando o serviço, o que é facilmente contornável. Com isso não temos nenhuma viatura que não esteja rodando nas ruas”, concluiu.
No final, Harrison fez um apelo pelo bom senso no processo de reivindicação, para que não haja excessos ou acerbações, como nos fatos registrados no dia de hoje. No início da manhã, uma viatura teve os pneus furados pelos manifestantes, quando patrulhava a zona bancária de Santa Rita. Minutos depois os membros do movimento foram para um posto de combustíveis, impedir que as viaturas fossem abastecidas para servirem a população. “Não vamos permitir exageros como esses, porque a populaçaõ merece respeito e o governo está disposto a dialogar”, concluiu.
da redação
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