
Imagem Ilustrativa. (foto reprodução/CNJ)
A Justiça da Paraíba condenou três autores de pirâmide financeira que lesou mais de 670 vítimas em diversas regiões do Brasil e casou um prejuízo de mais de R 60 milhões. Grupo usava fachada de empresa agrícola para captar investimentos com promessas de lucros irreais.
De acordo com o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), os réus foram condenados por estelionato em continuidade delitiva e associação criminosa, o maior esquema de fraude já julgado pelo estado.
Confira pena de cada réu:
- Jucélio Pereira de Lacerda: 15 anos e cinco meses de reclusão.
- Priscila dos Santos Silva: nove anos de reclusão
- Nuriey Francelino de Castro: 11 anos e nove meses de reclusão.
Os réus também foram ainda condenados ao pagamento de multa, conforme a sentença.
Conforme observou o ClickPB, a sentença destacou a existência de farta prova documental, testemunhal, técnica e audiovisual.
Relatórios mostraram que Jucélio Pereira movimentou, apenas em 2023, cerca de R$ 29,9 milhões. Nuriey Francelino recebeu mais de R$ 3,6 milhões, enquanto Priscila Silva figurava como beneficiária direta de transferências e assinava os contratos junto à empresa.
De acordo com o juiz Geraldo Emílio Porto, o crime foi cometido com sofisticação e aparência de legalidade, atingindo centenas de pessoas que foram induzidas a erro por meio de artifícios fraudulentos.
Entenda como funcionou o esquema
De acordo com os autos, o grupo criou a empresa Hort Agreste Hidroponia LTDA, que se apresentava como produtora de hortaliças em sistema hidropônico. Com promessas de rentabilidade mensal fixa e participação em lucros futuros, os réus induziram vítimas a adquirirem “hectares” ou “bancadas” para produção de tomates e folhas, com contratos de até 30 anos de vigência.
Ainda segundo o processo, durante os dois primeiros anos, os investidores receberiam valores mensais fixos de R$ 12 mil, seguidos de participação de até 15% do faturamento da empresa — projeções que chegavam a R$ 37 mil mensais por hectare.
Para gerar confiança, os réus utilizavam website, atendimento por aplicativo de mensagens, vídeos explicativos e a linguagem técnica de um suposto “projeto científico” de cultivo com tecnologia própria.
Na prática, o que se revelou foi uma estrutura típica de pirâmide financeira. Os primeiros pagamentos realizados aos investidores foram bancados com o dinheiro de novos aportes, sem qualquer produção real correspondente.
Com o crescimento do número de vítimas e a consequente pressão financeira, os pagamentos foram suspensos.
No final de 2023, os denunciados deixaram de responder às comunicações e interromperam os canais de contato, tornando evidente o golpe.