Durante a reconstituição do caso Larisse, os três acusados desmentiram a versão inicial dada no depoimento – quando confessaram o crime – e se disseram vítimas de um assalto praticados por quatro homens que passavam próximo ao canavial.
“É lamentável escutar tanta mentira. Eles foram persuadidos e agora, desmentem o crime”, disse Antonio Álvares de Farias, titular da Delegacia de Crimes contra o Patrimônio. Ele informou que vai seguir a mesma linha de investigação que vinha seguindo e que já existem provas suficientes para incriminar os três homens.
Farias classificou a reconstituição como “perda de tempo” e “monte de mentiras”. O primeiro a fazer a reconstituição foi Leandro Sena, 23 anos. Segundo o coronel Marconi, ele (Leandro) foi o que manteu a versão mais aproximada do depoimento prestado no sábado (20).
O segundo a contar a versão do fato, foi Carlos Alexandre Elói. Por último, foi a vez de José Carlos Sena (irmão de Leandro), no depoimento inicial, ele confessou a autoria dos disparos contra a estudante de Nutrição.
Nas duas últimas versões, eles disseram que vinham de bicicleta, quando foram abordados por um veículo Corsa, ocupado por quatro homens, os quais efetuaram alguns disparos para o alto e os assaltaram. Neste momento, o carro de Larisse estava próximo a BR-101. Segundo as versões apresentadas na reconstituição, os acusados de atentar contra a vida de Larisse foram os quatro homens do Corsa e não os três homens presos.
O delegado Farias acredita que o resultado da reconstituição foi fruto de conversas com o advogado dos acusados. “Essa versão distorcida dos fatos, não nos serve para nada”, concluiu.
Entenda o caso – o crime ocorreu no domingo (14) quando a estudante de Nutrição, Larisse Monteiro, de 24 anos, estava voltando da granja da família, localizada no Conde. Próximo ao canavial, a estudante foi abordada por três homens que anunciaram o assalto. Larisse não parou o veículo. Porém, mais adiante teve que reduzir a velocidade para entrar na BR. Neste momento, os homens correram para perto do carro e efetuaram dois disparos na cabeça de Larisse.
Com a porta direita aberta, um dos acusados assumiu o volante, empurrando o corpo de Larisse para cima do banco do passageiro, de forma que a cabeça e os braços da vítima ficaram do lado de fora do carro. Dessa forma, eles retornaram com o veículo para dentro do canavial, o que provocou outros ferimentos na vítima, além dos dois tiros. Momentos depois a vítima foi jogada para fora do carro, enquanto os acusados tentaram fugir com o veículo, ainda com a filha da vítima sentada no banco traseiro do carro.
Em certo momento o veículo teria atolado na areia e os acusados começaram a acelerar para tentar fugir com o veículo. Segundo eles, o superaquecimento do motor ateou fogo em folhas secas que estavam em baixo do veículo. Um deles viu as chamas em baixo do carro e alertou os demais. Foi quando retiraram a garota de dentro do carro, para que ela não fosse carbonizada. Em seguida eles fugiram a pé, levando o celular da vítima e a quantia de dez reais.
Os acusados foram ouvidos ainda no sábado pelo delegado Antônio Álvares de Farias, que os autuou em flagrante. Dos três, apenas José Carlos e Carlos Alexandre participaram diretamente da ação, já que Leandro estava afastado.
“Empreendemos uma ação forte desde o momento do crime e estamos mostrando para a sociedade paraibana que nossa polícia não dá trégua para bandido. O caso está elucidado e estamos entregando os acusados á Justiça”, afirmou o secretário Airton Ferraz.
Valéria Sinésio
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