Muito se fala sobre o 5G e quando deve chegar, acontece que essa tecnologia está mais próxima de ser uma realidade na vida de quem mora em João Pessoa. Em entrevista ao ClickPB, nesta quinta-feira (9), o secretário de Tecnologia de João Pessoa, Dr. Guido Lemos, revelou os benefícios de conexões 100 vezes mais rápidas do que a velocidade oferecida pelo 4G, que que a nova tecnologia chega na Capital paraibana nos próximos meses.
De acordo com Guido Lemos, um novo cenário ainda mais promissor será aberto com essa tecnologia. Para ele, não é só mais um ‘G’ “sairemos de uma banda larga para uma internet massiva com vários dispositivos integrados”, considerou.
“É uma tecnologia nova, que tem uma capacidade de transmissão muito maior. Então ela vai viabilizar aplicações que a gente nem sabe ainda de realidade virtual. Tecnologias de metaverso, e realidade avançada, pois será possível fazer a transmissão em alto volume de dados, beneficiando a vida e os segmentos da tele saúde, com cirurgias a distancia, entre inúmeros outros benefícios. Os dados são em quantidade 100 vezes maior, para se ter uma ideia disso, haverá uma expansão de robôs fazendo cirurgias e de médicos realizando intervenções a distância”, avaliou.
“Teremos avanços significativos para a conexão de pessoas, máquinas e para a indústria, assim como para a medicina e outros setores. Teremos uma logística de infraestrutura em rede que permitirá a expansão com veículos autônomos, monitoramento online, e a Internet das Coisas (IoT) que garantirão mais velocidade nas conexões e facilitará ainda mais a vida das pessoas”, disse.
A tecnologia 5G deve injetar mais de R$ 88 bilhões no comércio brasileiro até 2035, projeta o Ministério das Comunicações. A aprovação do 5G foi feita em 2021, quando novos compromissos de implementação de infraestrutura de telecomunicações foram incluídos pelo Plano Geral de Metas para a Universalização (PGMU V) e pelo Edital da Licitação do 5G, que estabeleceram obrigações de backhaul e de implantação de banda larga móvel nas rodovias federais.
“Ter o sinal é fácil, instalar uma antena e aparelhos você tem uma conversa 5G, isso não é complicado, pois se aproveita a estrutura do 4G. Mas para ampliar isso de forma estendida, existe complexidade de outros fatores. Tudo indica que será rápido a instalação em João Pessoa, pois boa parte dos equipamentos 4G serão atualizados em seus softwares que passarão a funcionar mais rápido, isso favorece a entrada dessa tecnologia. Dependendo das centrais telefônicas e das rádios, se forem mais novos os equipamentos, é basicamente fazer uma atualização e colocar mais antenas nas cidades”, explicou.
Como funciona a rede 5G?
As redes 5G funcionam por meio de ondas de rádio, assim como as redes móveis das gerações anteriores. No entanto, o espectro coberto pela quinta geração da banda larga móvel é expressivamente maior que os anteriores, espalhando-se entre 600 e 700 MHz, 26 e 28 Ghz e 38 e 42 GHz.
As antenas da rede 5G serão acopladas às antenas já existentes, que serão adaptadas para funcionar em paralelo com a nova infraestrutura de conexões.
Além disso, antenas menores com alcance de poucos metros, como as domésticas, poderão ser instaladas para repetirem o sinal dos dispositivos locais, que será, então, redirecionado para uma estação central. Já as antenas replicadoras, instaladas em postes ou em prédios altos, serão capazes de cobrir distâncias de até 250 m.
No Brasil
Conselheiro Lafaiete, localizada na região do Alto Paraopeba, é a primeira cidade do Brasil com instalação de infraestrutura para receber internet 5G. A cobertura de 35 mil km de rodovias federais com internet de alta velocidade 5G também está sendo viabilizada, após o compromisso assumido pelas operadoras vencedoras do leilão do 5G realizado em novembro do ano passado. Em março, houve o lançamento da primeira antena 5G no Brasil, na fazenda Ipê – localizada na Baixa Grande do Ribeiro, sul do Piauí.