O desembargador Fred Coutinho, sobrinho-neto do Padre Zé, fundador do hospital que fica em João Pessoa, quebrou o silêncio, nesta segunda-feira (18), e mostrou a indignação ao ver a unidade ser alvo do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que investiga o escândalo envolvendo desvios de mais de R$ 140 milhões da instituição filantrópica. Em entrevista ao programa Arapuan Verdade, ele disse clamou por Justiça.
“O que passou as autoridades apurem. Se tiver culpa, que responda. Se não, que se inocente e que respeite o processo legal. Então, agora é o aguardar das apurações e olhar para um passado mais distante, onde se vê um Padre Zé, que trabalhava verdadeiramente para a pobreza, que deu a sua vida, um homem de posses, a tudo renunciou para pedir esmolas para servir aos mais necessitados”, declarou.
O desembargador Fred Coutinho lamentou ver o nome do Padre Zé passar por uma situação como esta. “Vemos tudo isso com muita tristeza. Jamais o nome padre Zé podia estar passando por uma situação como essa. Mas, o homem é falível, passa, a instituição permanece. O importante é que mantenhamos o hospital com as portas abertas para continuar atendendo a quem mais precisa”, disse.
A operação indignus
A primeira fase da operação indignus foi deflagrada em 05 de outubro de 2023. A operação tem como objetivo apurar os fatos que indicam possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana/ASA. Segundo as investigações há indícios de possíves desvios de recursos públicos destinados a fins específicos, por meio da falsificação de documentos e pagamento de propinas a funcionários vinculados às referidas entidades.
Os desvios, como trouxe o ClickPB, seriam comandados pelo ex-administrador do Instiuto São José, o padre Egídio de Carvalho.
De acordo com o Gaeco, a investigação aponta para uma absoluta e completa confusão patrimonial entre os bens e valores de propriedade das referidas pessoas jurídicas com um dos investigados, com uma considerável relação de imóveis atribuídos, aparentemente sem forma lícita de custeio, quase todos de elevado padrão, adornados e reformados com produtos de excelentes marcas de valores agregados altos.
Valor dos desvios
Ao longo de pouco mais de 10 anos, os desvios no Hospital Padre Zé e na ASA teriam chegado a mais de R$ 140 milhões, conforme aponta até o momento as investigações da força-tarefa. O suposto esquema montado pelo padre Egídio teria bancado desde vinhos no valor de R$ 1,500 à imóveis de luxo na beira-mar de João Pessoa.
Para comandar o esquema, Egídio não agiria sozinho e contaria com a colaboração de algumas pessoas, entre elas Amanda Dantas e Jannyne Almeida, que atuavam no alto escalão do hospital filantrópico Padre Zé.
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