Mais de oito milhões de passageiros utilizaram o serviço dos ônibus urbanos no último mês de março, em João Pessoa, conforme informações da Superintendência de Transportes e Trânsito – STTrans. Diariamente, este contingente corresponde a, aproximadamente, 300 mil usuários que, em sua maioria, desconhecem o modo de organização deste sistema que promove a acessibilidade da população aos mais diferentes pontos da capital paraibana. A codificação das linhas de ônibus, através do uso de números, por exemplo, é um detalhe que faz a maior diferença no deslocamento diário dos passageiros.
De acordo com a Gerente da Divisão de Transportes Coletivos da STTrans, Ângela Monteiro, a representação numérica das rotas pelas quais circulam os ônibus urbanos é uma convenção adotada há mais de 20 anos, quando o sistema atual foi planejado e está relacionada aos sete principais corredores da cidade. Estes itinerários estão identificados pela seguinte numeração: 0 – “Roger”; 1 – “Cruz das Armas-Vasco da Gama (Jaguaribe)”; 2 – “02 de Fevereiro-Cristo-Rangel-Vasco da Gama (Jaguaribe)”; 3 – “Av. PedroII”; 4 – “Av. Beira Rio”; 5 – “Av. Epitácio Pessoa”; 6 – “Av. Tancredo Neves-Praias”; 7 – “Acesso Oeste (Alto do Mateus)”.
Assim, é através da combinação destes algarismos que se obtém a identificação dos trajetos, além da indicação das denominações nos letreiros frontais do ônibus. “Conhecendo o sistema, fica fácil para o passageiro tomar a condução de um modo adequado. O importante para ele é estar atento aos dois primeiros números do código. Por exemplo: se ele souber que “1” equivale ao corredor de Cruz das Armas e “5” à avenida Epitácio Pessoa, ele vai ter menos chances de errar ao pegar a linha Circular “1500”, explicou Ângela Monteiro.
As linhas radiais estão representadas por três números e, geralmente, só passam por um corredor. Por exemplo: na linha 510 “Tambaú via Tamandaré”, o uso do algarismo “5” no início do código quer dizer que o veículo passa pelo corredor “Epitácio Pessoa”, o mais movimentado da cidade com 32 linhas circulando diariamente. Já as linhas circulares são identificadas por quatro números e atendem a diversos corredores. O percurso mais longo é feito pelos ônibus circulares 1500 e 5100, que percorrem 50Km, numa viagem que dura, em média, 110 minutos.
Atualmente, o sistema de transportes coletivos pessoense conta com uma frota de 506 ônibus, sendo que 415 ônibus ficam em operação. Os 91 veículos restantes ficam nas garagens como reserva técnica, das seis empresas concessionárias: Transnacional, Reunidas, São Jorge, Boa Viagem, Mandacaruense e Marcos da Silva. A frota está distribuída em 81 linhas que trafegam pelos bairros da capital. Destas, 50 são radiais, 18 são circulares e sete são destinadas à integração em bairros onde a acessibilidade dos moradores aos ônibus comuns é mais difícil por conta das condições de tráfego das vias. Um bom exemplo é caso dos veículos que fazem a integração no bairro dos Bancários. Lá, a empresa Transnacional atende às necessidades de locomoção da comunidade gratuitamente, facilitando o acesso à avenida principal dos Bancários onde passam os ônibus radiais e a outros pontos do bairro.
Existem ainda as linhas opcionais que têm veículos com ar condicionado e poltronas mais confortáveis, e as diametrais, cujo trajeto é feito por vias que passam por fora da cidade como a “1001 – Bairro das Indústrias-Mandacarú”. Com a criação do Terminal de Integração, a locomoção dos pessoenses foi facilitada, ainda mais, já que
60 linhas de localidades diversas trafegam todos os dias pelo local, beneficiando quem tem que ir a pontos distantes com a utilização de mais de um ônibus, com o pagamento de apenas uma passagem.
Bilhetagem e Acessibilidade
A Gerente da Divisão de Transportes Coletivos da STTrans, Ângela Monteiro, estima que com a implantação do sistema de bilhetagem eletrônica o serviço prestado pelos ônibus urbanos se tornará, ainda mais, eficiente. “Acredito que o sistema poderá melhorar muito já que nós poderemos compreender melhor as necessidades da população, pois atualmente para descobrir o processo de locomoção do usuário precisamos fazer pesquisas nas ruas. Com a bilhetagem isso será agilizado já que teremos condições de observar, automaticamente, para onde as pessoas estão se deslocando. Alguns itinerários poderão ser modificados em atenção a estes interesses, inclusive”, afirmou ela.
Outra importante vantagem que a bilhetagem eletrônica trará ao sistema, segundo Ângela Monteiro, será o controle do acesso às gratuidades aos que realmente têm o direito assegurado por lei. No caso da meia-passagem dos estudantes, por exemplo, do montante dos mais de oito milhões de passageiros que utilizaram o ônibus em março de 2006, 43% utilizaram o passe estudantil, quase metade dos usuários. De acordo com Ângela, este número pode não corresponder a realidade como foi constatado no sistema de transportes coletivos de Recife, cujo total de usuários antes da bilhetagem apresentava uma parcela média de 36% de estudantes, o que caiu para 15% após a implantação do novo método.
Fonte: News Comunicação