Investigação

Relembre o escândalo que culminou na operação do Gaeco que investiga condutas criminosas do Padre Egídio no Hospital Padre Zé

Como vem noticiando o ClickPB, e essa é uma história iniciada em agosto quando o furto de vários celulares de alto valor monetário veio à tona.

Caso padre zé

Padre Egídio de Carvalho é acusado de comandar esquema de desvios milionários, em hospital da PB. (foto: reprodução/arquivo/redes sociais)

A Paraíba acordou, nesta quinta-feira (05), com um novo capítulo do escândalo que envolve o Padre Egídio de Carvalho, ex-diretor do Hospital Padré Zé, em João Pessoa. Hoje, foi a vez do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado da Paraíba, entrar em cena e, juntamente com Polícia Civil da Paraíba, Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social, Secretaria de Estado da Fazenda da Paraíba e pela Controladoria-Geral do Estado da Paraíba, deflagrar a “Operação Indignus”.

Como vem noticiando o ClickPB, essa é uma história iniciada em agosto quando o furto de vários celulares de alto valor monetário veio à tona. Os equipamentos haviam sido doados ao Hospital Padre Zé pela Receita Federal e deveriam ter sido vendidos em um bazar beneficente para angariar recursos a serem aplicados na unidade de saúde filantrópica. 

Foi o próprio Padre Egídio quem se dirigiu até uma delegacia para registrar um boletim de ocorrência sobre o sumiço dos celulares. O que ele não esperava era que as investigações policiais fossem apontar para ele mesmo.

O furto dos celulares

Os celulares furtados foram entregues pela Receita Federal em maio. No mês de julho, quando as caixas onde os celulares estavam foram abertas descobriu-se que os equipamentos haviam desaparecido. Em agosto, Padre Egídio formulou a denúncia por meio do Boletim de Ocorrência.

A partir daí, as investigações foram levando a polícia até um jovem de nome Samuel Segundo, funcionário do hospital que teria recebido os celulares junto com o religioso. Samuel chegou a ser preso no dia 3 de agosto, mas a prisão foi revogada no dia 6. 

A proximidade de Samuel Segundo e o acesso livre que ele tinha ao então diretor do Padre Zé, Padre Egídio, indicou que o religioso também estaria envolvido no caso.

A renúncia

Em meio ao escândalo do furto dos celulares, o padre Egídio de Carvalho Neto, renunciou ao cargo de presidente do Hospital Padre Zé.  O pedido foi aceito pelo arcebispo Dom Manoel Delson. Padre Egídio estava há mais de cinco anos à frente do hospital, fundado há quase 90 anos. Além de estar na gerência da unidade, ele também atuava como pároco da Igreja Santo Antônio, cargo do qual também renunciou.

Bloqueio de contas e quebra de sigilo

No último dia 2, a Justiça autorizou o bloqueio de contas e quebra de sigilo bancário de Samuel Segundo. O pedido de quebra de sigilo e bloqueio foi feito pela delegada Karina Torres, da Polícia Civil, conforme apurou o ClickPB, e contou com ‘prints’ de conversas de Samuel negociando a venda de iPhones e outros itens. 

No relatório, obtido pelo ClickPB, a delegada aponta que “restou evidenciado, com fulcro na investigação, que Samuel Segundo incorreu no delito de furto qualificado, causando o prejuízo de R$ 525.877,77, referente aos produtos furtados no interior do Hospital Padre Zé.”

Contratação de advogado 

Após a renúncia da gestão do Hospital Padre Zé e do cargo de pároco da Igreja Santo Antônio do Menino Deus, o padre Egídio de Carvalho contratou o advogado paraibano Sheyner Yàsbeck Asfóra, presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim) e ex-advogado de Ricardo Coutinho e Livânia Farias, presos na Operação Calvário. A informação foi confirmada com exclusividade, ao jornalista Clilson Junior.

Nova diretoria

Após os escândalos, o Hospital Padre Zé elegeu a nova diretoria. O padre George Batista foi eleito como novo diretor da unidade hospitalar. Toda a diretoria anterior renunciou e os novos dirigentes assumiram a direção imediatamente para evitar que os serviços prestados pelo Hospital Padre Zé fossem interrompidos. 

O arcebispo Metropolitano da Paraíba, Dom Frei Manoel Delson, em conjunto com o Conselho Presbiteral, também nomeou o padre Luiz Júnior para ocupar o cargo de secretário executivo de Ação Social Diocesana-ASA, órgão responsável pela atividade caritativa na entidade.

Proibição de realizar sacramentos

No fim do mês de setembro a Arquidioece da Paraíba proibiu o padre Egídio de Carvalho Neto de realizar qualquer tipo de sacramento na Igreja Católica até o fim das investigações sobre o escândalo do furto de celulares no Hospital Padre Zé. Conforme verificou o ClickPB, o religioso fica impedido de celebrar casamentos, batizados e cerimônias de crisma, por exemplo. 

Força-tarefa é solicitada por nova diretoria

A força-tarefa montada para investigar as contas do Hospital Padre Zé, foi requerida pela nova direção que pediu a realização de uma auditoria e, a partir daí, o levantamento do tamanho do rombo deixado pela diretoria anterior.

Operação do Gaeco

O padre e ex-diretor do Hospital Padre Zé, Egídio de Carvalho, foi um dos alvos dos mandados de busca e apreensão da operação deflagrada na manhã desta quinta-feira (05) pelo Gaeco. Conforme apurou o ClickPB com exclusividade, além do pároco outras pessoas da administração do hospital também são alvos. 

Entre estas pessoas está a diretora administrativa do hospital, Jannyne Dantas e a tesoureira da unidade hospitalar filantrópica, a Amanda Duarte. Segundo apurou o ClickPB com exclusividade, a operação tem como objetivo apurar os fatos que indicam possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana/ASA. 

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