Paraíba

“Quando vi você me apaixonei”, é o que canta o compositor paraibano Ch

Segundo os pesquisadores da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, o amor à primeira vista pode acontecer com pessoas que não são românticas

“Quando não tinha nada eu quis/ quando tudo era ausência esperei/ quando tive frio tremi/ quando tive coragem liguei”.

Um comercial de cerveja veiculado pela televisão tem interrompido a tranqüilidade dos telespectadores com a seguinte pergunta: Você acredita em amor à primeira vista? Essa é uma indagação que costuma provocar um instante de silêncio no interlocutor. Alguns acreditam, mas não têm coragem de responder afirmativamente. Temem parecer sensíveis e românticos demais. Outros não acreditam, mas bem que gostariam.

Segundo os pesquisadores da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, o amor à primeira vista pode acontecer com pessoas que não são românticas. Afirmam que os seres humanos decidem o tipo de relacionamento que desejam ter, alguns minutos depois de encontrar seu parceiro. Dessa maneira, segundo os cientistas americanos, as pessoas fazem uma previsão a respeito do tipo de relação que poderão ter com outra pessoa e determinam quanto esforço será empregado no desenvolvimento desta relação.

”Quando chegou carta abri / quando ouvi Prince dancei/ quando o olho brilhou entendi/ quando criei asas voei”.

E eles continuam afirmando que essa teoria pode ser facilmente analisada no dia-a-dia. Se você acha que pode ser amigo de alguém, vai se comunicar mais, contar mais a seu próprio respeito e fazer coisas que ajudarão a assegurar que a amizade se desenvolva. Já se a previsão é mais negativa, então você restringe a comunicação e torna mais difícil que a relação se desenvolva.

Para comprovar cientificamente, os pesquisadores uniram 164 pessoas em pares e concentraram os estudos nas amizades entre pessoas do mesmo sexo. Contudo, as conclusões valem também para encontros amorosos. Por isso, encontros de curta duração com várias pessoas podem ser muito úteis para decidir qual será seu parceiro, ou parceira, amigo, ou amiga. Apesar do artigo publicado na revista especializada Journal of Social and Personal Relationship não parecer inovador, ele contradiz estudos anteriores que apontavam que o futuro de uma relação se definia nos primeiros dias após o primeiro encontro.

”Quando me chamou eu vim / Quando dei por mim tava aqui / Quando lhe achei me perdi/ Quando vi você me apaixonei”.

Mas será que a Ciência pode realmente explicar o que acontece quando conhecemos alguém, e após apenas alguns minutos de conversa começamos a ficar pensando naquela pessoa, fazer planos, imaginar situações? E quando sequer trocamos palavra, basta um olhar?

O que se diz por aí, um conceito baseado no senso-comum, é que na maior parte das vezes, a emoção que se sente, nesse caso, não é a do amor verdadeiro nem a do desejo sexual perturbador. O mais comum é que esse amor – em que não se conhece nada do outro – seja do tipo romântico, sim.

Há quem questione se o amor à primeira vista pode ser duradouro. Na realidade, não faz muita diferença ser à primeira, à sexta ou à décima vista. A questão é qual vai ser a distância entre a pessoa real e a imagem que se formou dela.

Quanto maior a idealização mais chance há de a relação tornar-se insuportável rapidamente. A convivência diária impede-nos de manter a idealização e as características de personalidade do outro são percebidas, muitas vezes comprometendo a relação. Porém, isso não acontece somente no amor à primeira vista. Pode ocorrer em qualquer experiência amorosa, desde que se enxergue o outro através da névoa do mito do amor romântico, aquele idealizador.

”Quando não tinha nada eu quis/ Quando tudo era ausência esperei/ Quando tive frio tremi / Quando tive coragem liguei”.

José Luna, mais conhecido por familiares e amigos como ‘Seu” Didi, e Dona Genilda, estão juntos há 46 anos. É ela quem conta como se conheceram., quando tinha 22 anos. Hoje está com 70. Costumava pegar o ônibus em um ponto na Av. Cruz das Armas, onde o Didi tinha comércio. “Simpatizei com ele desde a primeira vez que vi”, conta de uma maneira pra lá de romântica, com um verbo, simpatizar, pouco usado hoje em dia. Ele confirma que o mesmo lhe aconteceu. Entre o namoro e o casamento se passaram apenas dois anos. Estão juntos até hoje, ele com 73 anos de idade. Formaram uma família com três filhos e dois netos. Apenas um filho mora aqui em João Pessoa, os outros dois residem em Florianópolis (SC).

Parece desnecessário perguntar se são felizes juntos, para quem os conhece bem. Estão sempre grudados, vão a todos os lugares juntos, seja a uma consulta médica ou um passeio. Para tudo que vão realizar ou decidir, um combina, com prazer, com o outro. Hoje, aposentados, desfrutam apenas da companhia e do prazer de estarem juntos. Vaidosos, os dois se distraem fazendo comerciais para a televisão. E até isso pode servir como mais uma prova de que essa foi uma história de amor à primeira vista que deu certo. Fazem um trabalho atrás do outro, visto que formam um belo casal também no vídeo.

”Quando chegou carta abri/ Quando ouvi Salif Keita dancei/ Quando o olho brilhou entendi/ Quando criei asas voei”.

O pintor Salvador Dali já desenhava a figura de Gala antes mesmo de conhecê-la. Em vários quadros aparece o corpo daquela que um dia seria o seu grande amor. Elena Gala era casada com o poeta Paul Eluard quando conheceu Dali. Sempre que a via, Dali era tomado por um riso incontrolável e não conseguia falar-lhe. Foi preciso que ela o ‘acalmasse’, para conseguir uma declaração de amor. E ela veio, penosa e gaguejada, pela dificuldade de Dali controlar-se, depois de um passeio pelo campo.

Ele chegou a cobrir-se de excrementos para provar a Gala o seu amor. Ela viu nisso uma declaração e se deixou tocar pela loucura dele, ou seja, os dois não eram lá muito inseridos nos padrões normais de comportamento. Gala foi uma incentivadora do gênero meio enlouquecido do artista e foi a grande comandante da vida de Salvador Dalí. Ele provavelmente não teria sido o que foi sem a ajuda e a inspiração emprestada por Gala. O fato é que daí veio uma duradoura história de amor. Dali jamais teve outra mulher e mesmo depois da morte de Gala nada mais ocupou o seu lugar.

”Quando me chamou eu vim/ Quando dei por mim tava aqui/ Quando lhe achei me perdi/ Quando vi você me apaixonei” (Chico César)


Lilla Ferreira
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