A presidente da Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (Funad), Simone Jordão, classificou como um absurdo o pedido do grupo de cinco idosas, moradoras do bairro Cabo Branco, em João Pessoa, que querem que pessoas com alguma deficiência deixem de frequentar a praia.
Simone ressaltou que se tivesse a oportunidade de ficar frente a frente com as mulheres que fizeram esse pedido para a vereadora Helena Holanda faria os seguintes questionamentos: “Que tipo de sociedade elas querem construir? Que modelo de cidadão? O que é para elas uma sociedade justa?”.
A presidente da Funad acrescentou, ainda, que a luta diária da entidade para incluir cada vez mais pessoas com deficiência na sociedade já é a grande resposta a ser dada ao grupo. “A Funad tem uma história de luta, independente de mim que estou como presidente. A gente faz cotidianamente esse trabalho de inclusão, do acesso do cidadão a ter dignidade. E esse projeto Acesso Cidadão é um projeto muito bonito, que garante que o deficiente tenha acesso ao mar”, ressaltou.
Para Simone Jordão esse tipo de atitude é o reflexo da intolerância que tem sido vista, especialmente nas redes sociais, mas que isso não reflete o pensamento da maioria dos cidadãos. “Isso serve para a sociedade refletir que a gente (cidadão) não tolera mais esse tipo de pensamento, não aceita mais a discriminação. A inclusão é de responsabilidade de toda a sociedade, às vezes as pessoas pensam que é somente do governo, mas é de todos. A luta pela dignidade tem que ser permanente”, refletiu.
Entenda o caso
O assunto repercutiu depois que a vereadora Helena Holanda revelou ao Portal ClickPB ter tomado um susto após receber a solicitação das cinco senhoras na própria Câmara Municipal de João Pessoa.
Segundo a vereadora, o grupo a procurou para pedir que ela impedisse ou restringisse a presença de pessoas com deficiência na orla da capital paraibana, já que ela é uma das incentivadoras do projeto Praia Cidadão, existente há mais de oito anos.
O projeto acontece todos os sábados, no trecho em frente à Fundação Casa de José Américo, contando também com o apoio de voluntários que são orientados para atender às necessidades especiais dos usuários.