Descaso

População denuncia despejo de esgoto no Mar dos Macacos, em Intermares

Vídeos postados ontem mostram o momento que as ondas do mar se misturam às águas poluídas

População denuncia despejo de esgoto no Mar dos Macacos, em Intermares

Praia do surfista em Intermares — Foto:Reprodução/panoramio

O esgoto mais uma vez invadiu a praia de Intermares, em Cabedelo, e deixou o Mar dos Macacos poluída, depois que pescadores locais abriram, na tarde de quinta-feira (04), o maceió para dar passagem às águas contaminadas rumo à praia. A ação levou a população local a denunciar o problema por meio das redes sociais, reclamando da “fedentina” na praia e no mar, prejudicando os banhistas.  

O secretário de Meio Ambiente de Cabedelo, Walber Farias Marques, admitiu nesta sexta (05) que a água chega, de fato, com esgoto, e explicou que ao longo do rio Jaguaribe, às margens, existem comunidades que despejam o esgoto diretamente no rio, e o braço do rio que desagua entre Intermares e João Pessoa leva esse esgoto para o Maceió.

“De vez em quando o maceió abre, ou espontaneamente em função das chuvas, ou moradores e pescadores daquela comunidade ali, abrem, como foi feito ontem. Eles abrem para pescar”, afirmou o secretário.

No entanto, segundo ele, outro motivo que faz essas comunidades abrirem o maceió, também, é para que, com as chuvas, a água não retorne para as casas dos ribeirinhos que residem às margens do rio e sofrem com as inundações.

“Margeando o rio Jaguaribe, tanto do lado de João Pessoa como de Cabedelo, tem aproximadamente umas 300 casas em comunidades carentes, na beira do rio, lançando o esgoto diretamente no rio, e vai para dentro do maceió”, explicou o secretário.
Esse material fica sedimentado no fundo do maceió, que ao ser aberto, polui a praia com o esgoto que vem junto com a água e os sedimentos do rio.

De acordo com o secretário, o problema está sendo discutido pelas prefeituras de Cabedelo e João Pessoa, o Ministério Público Federal, Ibama e Sudema, e segundo ele, para solucionar a questão, as famílias teriam que ser transferidas para outras localidades. “É um problema social, econômico e ambiental. “A gente está tentando viabilizar uma área para transferir parte dessas comunidades para coibir esse lançamento de esgoto no rio”, disse.

Vídeos postados ontem mostram o momento que as ondas do mar se misturam às águas poluídas. Walber Farias informou que a última audiência com o MPF para tratar do assunto foi realizada no final do ano passado.

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