A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (18) uma nova operação contra aliciamento violento de eleitores em João Pessoa. Tal aliciamento ocorreria, segundo a PF, por meio de relação entre agentes públicos e pessoas ligadas a facções criminosas. Segundo informações obtidas em primeiro mão pelo ClickPB, um dos alvos dos mandados da operação ‘Livre Arbítrio’ é o vereador Dinho Dowsley (PSD).
A informação obtida pelo ClickPB foi confirmada pela Polícia Federal. Dinho é vereador reeleito e presidente da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). Segundo informações obtidas pela reportagem, contra ele foram cumpridos três mandados de busca e apreensão.
Como observou o ClickPB, também houve cumprimento de mandados contra ao menos outros três investigados na capital paraibana.
Além dos mandados contra Dinho, foram cumpridos mandados contra Taciana Batista do Nascimento (responsável por uma Organização Não Governamental no bairro São José), Pollyanna Monteiro Dantas Dos Santos (segundo a PF, esposa de Kenny Rogeus, considerado líder de facção criminosa) e contra o conselheiro tutelar Josevaldo Gomes (da região praia). Estes, exceto o presidente da Câmara de João Pessoa, já tinham sido alvo da PF na operação ‘Território Livre’, que também investiga a influência do tráfico de drogas nas eleições.
Saiba mais sobre a Operação Livre Arbítrio
A operação é desenvolvida pela Polícia Federal em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO). A investigação aponta que, por meio de ameaças, controle de território e coação para o voto, os investigados teriam exercido influência no pleito eleitoral.
Os crimes investigados são: constituição de organização criminosa, uso de violência para coagir o voto, ameaça, lavagem de dinheiro e peculato, dentre outros.
“As diligências hoje realizadas visam obtenção de provas de materialidade e autoria que reforcem os elementos já colhidos durante a investigação policial, objetivando a responsabilização dos envolvidos pelos crimes eleitorais praticados”, informou a PF em nota à imprensa.
Investigados vão usar tornozeleira
A Polícia Federal informou à imprensa que entre as medidas cautelares impostas aos investigados na operação ‘Livre Arbítrio’, entre eles o vereador Dinho Dowsley, está o uso de tornozeleira eletrônica para monitoramento.
Sobre as operações contra aliciamento de eleitores
Como tem acompanhado o ClickPB, as operações contra aliciamento de eleitores têm como foco o pleito de 2024. A Polícia Federal investiga possíveis relações entre agentes públicos e o crime organizado, especificamente o tráfico de drogas.
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Ao longo da operação ‘Território Livre’, por exemplo, figuras importantes da política paraibana foram alvos de mandados de busca, apreensão e até mesmo prisão, como a vereadora Raissa Lacerda (PSB) e a primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena.
Nota do vereador Dinho Dowsley
Em nota encaminhada ao ClickPB, o vereador Dowsley afirmou que apoia as investigações da Polícia Federal e que se colocou, desde o início à disposição para explicações. Ainda segundo o presidente da Câmara de João Pessoa, nos últimos dias ele tem sido “lavo de ilaçãos maliciosas” que tem “motivos meramente eleitoreiros”. Veja íntegra da nota:
“Tenho sido alvo, nos últimos dias, de ilações maliciosas envolvendo meu nome com motivos meramente eleitoreiros. Tenho 20 anos de vida pública, com cinco mandatos dedicados à população de João Pessoa, sem nenhum processo, denúncia ou indiciamento. Sempre fui bem votado nos bairros da capital e tive meu trabalho referendado pela força da aprovação popular.
No que se refere à atuação da Polícia Federal, relacionada à operação Território Livre, deixo claro que apoio à investigação e esclareço que me coloquei desde o início à disposição para explicações sobre eventuais citações levianas ao meu nome. Confio na Justiça dos homens e de Deus e estou certo de que ficará patente a minha inocência, já que não há qualquer envolvimento meu nos fatos investigados.
Vereador Dinho Dowsley”
*conteúdo publicado às 6h51 e atualizado às 7h.
*a operação deflagrada hoje é a Livre Arbítrio e não mais uma fase da ‘Território Livre’, como informado inicialmente.