A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo, mas em terras paraibanas o mosquito Aedes aegypti não tem mais vez. A Paraíba obteve uma redução de quase 60% nos casos de dengue em 2006 e pode ter a doença controlada ainda este ano. Entre os estados que notificam os casos da doença, a Paraíba é o último em notificação, e o primeiro no combate à dengue.
Na contramão do restante do País, a Paraíba registrou apenas 31 casos de dengue na primeira semana deste ano, uma média constante nos últimos meses. O município de Água Branca foi o mais atingido, com 18 casos.
Os números apontam uma redução significativa, acima da média estabelecida pelo Ministério da Saúde, que é de 25%. Desde 2002, com 21.191 casos, a Paraíba apresenta uma queda continuada da doença. Em 2005 a Secretaria de Saúde registrou 6.855 casos, e em 2006 foram notificados apenas 2.796.
Para o trabalho de combate à dengue, a Paraíba conta com mais de 1500 agentes, que realizam em média cerca de 500 mil visitas domiciliares por mês. Segundo o coordenador da Secretaria de Vigilância Ambiental, Emanuel Lyra, os números apresentados na Paraíba refletem o empenho do Governo do Estado, e de um trabalho desenvolvido em todos os municípios.
Mas ele destaca também que a população é o principal agente no combate à dengue, uma vez que o mosquito na maioria das vezes é encontrado dentro de casa. Por isso, é importante que a população colabore evitando acumular água, tampar bem os depósitos e corrigindo as calhas, pois são ambientes perfeitos para a proliferação do mosquito, entre outros cuidados.
Os meses de janeiro, fevereiro e março, são os períodos de maior incidência do mosquito da dengue, por isso a Secretaria de Saúde já iniciou o combate à doença no Estado. Os agentes já estão nas ruas e as campanhas devem ser intensificadas nos próximos dias.
Combate à Dengue
O grande problema para combater o mosquito Aedes aegypti é que sua reprodução ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar água, tanto em áreas sombrias como ensolaradas. Por isso a prevenção e as medidas de combate exigem a participação e a mobilização de toda a comunidade a partir da adoção de medidas simples, visando a interrupção do ciclo de transmissão e contaminação. Caso contrário, as ações isoladas poderão ser insuficientes para acabar com os focos da doença.
É fundamental conscientizar as pessoas de que combater o mosquito da dengue, além de responsabilidade dos órgãos governamentai, requer empenho de toda a sociedade, uma vez que o Aedes aegypti pode encontrar, em cada moradia e arredores, ambiente propício para sua proliferação.
Desse modo, algumas medidas elementares podem ser tomadas individual e coletivamente para auxiliar na erradicação do mosquito:
Vasos de flores ou plantas – a vasilha que fica sob o vaso para recolher a água excedente deve ser mantida seca. Uma boa medida é enchê-la com areia até a borda. A água dos vasos com flores deve ser trocada a cada 2 ou 3 dias;
Pneus velhos – devem ser furados para eliminar a água que eventualmente se acumule, guardados em lugar coberto ou jogados fora;
Caixas dágua – devem ser lavadas periodicamente e tampadas durante todo o tempo;
Piscinas – o cloro da água das piscinas deve estar sempre no nível adequado;
Garrafas vazias – devem ser guardadas de cabeça para baixo, em lugares cobertos e as tampas jogadas fora em sacos de lixo;
Recipientes descartáveis (copos, pratos, travessas, etc.) – devem ser colocados em sacos de lixo para serem recolhidos pelos lixeiros;
Lixo – nunca deve ser jogado em terrenos baldios, ou nas ruas e calçadas. Além disso, as latas de lixo devem estar sempre tampadas e limpas;
Bebedouros de animais – precisam ser lavados e a água trocada sistematicamente;
Depósitos de água – quaisquer que sejam os tipos e a finalidade a que se destinam, se não for possível prescindir deles, devem ser mantidos limpos e tampados com segurança;
Bromélias – algumas plantas armazenam água entre suas folhas e podem tornar-se eventuais criadouros dos mosquitos. Entre elas, destacam-se as bromélias cujo cultivo é comum nos jardins e residências. Eliminá-las não resolveria o problema da dengue e poderia afetar o equilíbrio ecológico.
Como é quase impossível retirar totalmente o grande volume de água que se embrenha pelas folhas, a solução é diluir uma colher de sopa de água sanitária em 1 litro de água limpa e regá-las duas vezes por semana. Esse mesmo preparado pode servir para inibir a formação de criadouros nos vasos de flores ou plantas com água.
Lilla Ferreira
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