O Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB), através do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), ofereceu uma nova denúncia à Justiça sobre o caso de desvios de recursos públicos no Hospital Padre Zé durante a gestão do Padre Egídio de Carvalho. A nova denúncia apresentada nesta sexta-feira (17) foi feita contra o Padre Egídio e os secretários do Estado da Paraíba Pollyanna e Tibério Limeira. Outras 13 pessoas também são alvos desta denúncia feita pelo Gaeco.
De acordo com o documento, que o ClickPB teve acesso, Pollyanna e Tibério aparecem na condição de investigados por supostas irregularidades no programa Prato Cheio. A denúncia aponta que as irregularidades aconteceram na Secretaria de Desenvolvimento Humano, tendo iniciado na gestão de Tibério e continuado com Pollyanna. Atualmente Tibério ocupa o cargo de secretário de Administração no Governo da Paraíba.
No documento constam anotações feitas por Amanda Dantas, que integrava a direção do Hospital Padre Zé, apontando quantias no valor de R$ 50 mil destinadas ao secretário Tibério Limeira. Quando Pollyanna foi nomeada para chefiar a Secretaria de Desenvolvimento Humano o esquema de envio de quantias em dinheiro teria continuado. Para Pollyanna foi detectado envio de R$ 70 mil.
As mensagens detalhando o envio do dinheiro foram registradas em aplicativos de conversa nos telefones celulares dos investigados na Operação Indignus.
As investigações de desvios de recursos públicos e privados com indícios de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito no Hospital Padre Zé continuam e devem ter novos desdobramentos. O caso veio à tona em outubro de 2023 após o desaparecimento de iPhones que foram doados e deveriam ter sido leiloados.
Denunciados
Além do padre Egídio, Pollyanna e Tibério, também constam na denúncia do Gaeco Jannyne Dantas Miranda e Silva, Amanda Duarte Silva Dantas, Andrea Ribeiro Wanderley, Iurikel Souza Marques de Aguiar, Kildenn Tadeu Morais de Lucena, Sebastião Nunes de Lucena, Sebastião Nunes de Lucena Junior, Mariana Ines de Lucena Mamede, Maria Cassilva da Silva, José Lucena da Silva, João Ferreira de Oliveira Neto, Fillype Augusto Lima Bezerril e João Diogenes de Andrade Holanda.
O que dizem os denunciados
Em nota enviada ao ClickPB, Pollyanna afirmou que não teve acesso à denúncia e desconhece os fatos. A secretária se colocou a disposição do MPPB para esclarecimentos.
Confira nota da secretária Pollyanna Werton na íntegra
A secretária Pollyanna Werton se pronunciou por meio de sua assessoria informando que, até o presente momento, não teve acesso à denúncia ventilada pela imprensa, desconhecendo o conteúdo e os supostos fatos narrados na matéria.
Ressalta-se que a conduta da Secretária Pollyanna Werton sempre foi retilínea, inexistindo qualquer mácula durante toda sua vida pública. Caso se confirme a existência de tal denúncia, será comprovada a ausência de participação da secretária em qualquer suposto ilícito.
Mais uma vez, colocamo-nos à disposição do Ministério Público e demais órgãos de controle para contribuir com o esclarecimento dos fatos e a consequente punição daqueles que porventura tenham cometido ilicitudes.
Confira nota do secretário Tibério Limeira:
NOTA PÚBLICA
Venho a público esclarecer que a denúncia contra mim apresentada está montada em supostos documentos que não guardam a menor confiança, visto que não passam de manuscritos sem qualquer validade legal, podendo ter sido produzidos por qualquer pessoa e em qualquer tempo, com objetivos de imputar a alguém um ilícito.
Durante todo o processo, coloquei-me à disposição do Ministério Público, inclusive formalizando pedido para colaborar com o esclarecimento dos fatos, mas, lamentavelmente, nunca fui chamado.
Mantenho minha tranquilidade e confiança de que a justiça prevalecerá, trazendo à luz a verdade e reafirmando minha trajetória pautada pela ética e pela responsabilidade pública.
João Pessoa, 17 de janeiro de 2025.
Tibério Limeira
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