Paraíba

O Cinema ainda é a forma de lazer mais procurada e também a mais barat

A intenção é que estes estabelecimentos se transformem em importantes pólos culturais, em função dos múltiplos equipamentos com esse perfil neles instalados

Apesar de todo o conforto que oferece o DVD (Disco Versátil Digital), o cinema ainda é uma preferência nacional. Uma pesquisa realizada pela apresentadora do programa “Sem Censura”, da TV Educativa, Leda Nagle, na última terça-feira (11), junto aos seus telespectadores, constatou que 71% deles prefere ir logo ao cinema, para conferir as estréias do mercado cinematográfico. Apenas 29% aguarda o filme ser lançado em DVD.

Uma tendência – Outro aspecto a ser considerado em relação à essa alternativa de lazer que ainda é considerada a mais barata, é que os shopping centers reúnem hoje no país a maioria das salas de cinema no Brasil, e refletem uma tendência. A de agregar mais esta alternativa de lazer em um centro de compras, que já oferece praça de alimentação e uma série de outros atrativos para seus freqüentadores.

A intenção é que estes estabelecimentos se transformem em importantes pólos culturais, em função dos múltiplos equipamentos com esse perfil neles instalados. Muitos deles, inclusive, já reservam espaço para alguns concorrentes do cinema, como casas de shows, teatros e grandes redes de restaurantes, que passam a concorrer com a alimentação fast-food. Dessa forma, procuram atrair também um novo tipo de público, que independente do impulso consumista, procura um lugar seguro para se distrair. Além do conforto, é claro.

Estilo multiplex – Um conceito já consolidado nos países do Primeiro Mundo, o cinema ‘multiplex’ reúne em média dez salas de exibição com diversas opções em um mesmo espaço, além de cafeteria, lanchonete e outros atrativos. Vem se difundindo no Brasil nos últimos anos, e a idéia vem ganhando adeptos entre os investidores e angariando a simpatia do público. Em João Pessoa, todas as salas de cinema seguem esse padrão.

Cinema em João Pessoa – Mas ainda há quem prefira a velha sala de cinema no espaço urbano, nas ruas, que diferentes das modernas salas ‘multiplex’, eram amplas e geralmente localizadas nos centros das cidades. Aqui em João Pessoa, todas as opções de cinema estão localizadas em ambientes fechados. São quatro no Shopping Tambiá, centro da cidade e as restantes divididas entre o Mag Shopping, com cinco, e o Manaíra Shopping (Box), com oito opções, ambos na região da orla marítima.

Uma prática comum entre eles é realizar em uma mesma sala, a exibição de dois filmes com características diversas, em horários diferentes. Assim, multiplicam o seu público. As promoções, de preço, nos dias que apresentam menor movimento também são freqüentes, como na segunda-feira, por exemplo. Todos cumprem a lei da meia-entrada para estudante, mas uma parte dos idosos desconhece que também têm direito à meia-entrada, após completarem 65 anos de idade.

As salas de cinemas localizadas no Shopping Iguatemi, em Campina Grande, e as salas do Tambiá e Mag, em João Pessoa, são administradas pela Exibidora Nacional de Filmes, localizada em Belo Horizonte (MG). Enquanto as salas que se encontram no Manaíra Shopping, são administradas por uma empresa carioca. São elas que negociam com as distribuidoras e definem quais os filmes poderão ser vistos na cidade. Segundo Igor, responsável pela gerência do Box, são feitas algumas indicações locais em função das características específicas do público na cidade. Mas a programação já vem fechada, e o tempo de permanência do filme em cartaz é determinado pelo resultado da bilheteria.

A média de preços praticada por todos estes estabelecimentos é de R$ 12,00 a R$ 8,00 a entrada inteira. Isso sem contar, é claro, as diversas promoções elaboradas por eles, como forma de manter uma freqüência razoável em suas salas. A ‘segunda máxima’ do Box costuma atrair cerca de 2.000 pessoas em plena segunda-feira. Mas a bilheteria não é a única fonte de renda dos cinemas, eles sobrevivem hoje graças aos outros serviços agregados, como a bomboniére, por exemplo.

O público varia, geralmente, em função do filme. Salvo algumas exceções, como é o caso do filme “A Era do Gelo”, em cartaz na cidade, que atrai crianças, adultos, adolescentes e até mesmo a 3ª idade. Aos sábados, 70% dos freqüentadores são adolescentes, enquanto que aos domingos, a freqüência é de adultos, e crianças, acompanhadas dos pais. A semana apresenta um perfil variado, dependendo dos filmes em cartaz.

Ainda segundo Igor, o cinema nacional tem tido um desempenho de público surpreendente. Ele destaca o sucesso dos filmes “O Coronel e o Lobisomem” e “Se Eu fosse Você”, e que já não se faz mais distinção entre o filme nacional ou a produção estrangeira. O que o público procura, hoje em dia, é um bom filme.

A guerra do cinema X DVD, ou a magia X praticidade – O DVD é um aparelho que permite exibir vídeo e áudio, numa qualidade muito superior à dos vídeo cassetes convencionais, a tradicional fita VHS. Além da vantagem de oferecer uma maior qualidade, a digital, ele facilita a operação de manuseio/ e armazenamento de informações.

Segundo a União Brasileira de Vídeo (UBV) o salto no número de unidades de DVD alugados e vendidos no País é de 105 mil, no início de sua comercialização, em l998, para 16 milhões em 2005. E o consumidor deste tipo de produto não tem apresentado um comportamento binário, ele alterna as suas opções de consumo.Ou seja, ora ele compra o DVD, ora ele aluga.

O futuro – E o curioso também é que contrariando mais uma vez as previsões pessimistas, de que as facilidades e a qualidade dos DVDs iriam afastar o público das salas de cinema, felizmente, isto não aconteceu. Na verdade, estas facilidades fizeram foi aproximar mais ainda o público do universo do cinema, estimulando o seu ‘consumo’, seja de uma maneira ou de outra. O fato é que a sensação histórica, de que uma mídia ocupa o espaço de outra, mais uma vez não se confirmou.

As novidades alteram hábitos e comportamentos, mas não eliminam interesses e valores. A fotografia e o rádio sobreviveram ao deslumbramento com o universo da televisão e da internet. O mesmo deve acontecer com o cinema.


Lilla Ferreira
ClickPB

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