Natiruts faz mega show na Aldeia do Rio, Praia do Jacaré, no próximo dia 18 (quinta) de Janeiro. A abertura do show fica por conta das bandas paraibanas Seu Madruga e Emboscada, duas boas revelações do reggae paraibano. Com 10 anos de estrada e lançando o DVD Natiruts Reggae Power, o trabalho do grupo começou despretensiosamente. Alexandre e Juninho gostavam de tocar em reuniões de amigos sempre no esquema violão e bongô.
Natiruts
Por volta de agosto de 1994 na casa do amigo Juninho, Alexandre apresentaria, pela primeira vez, sua mais nova composição – Surfista do Lago Paranoá. Daí em diante novas composições foram surgindo: " – No segundo semestre de 94 eu fiz, Mano-Velho, Beija-Flor, Liberdade, e algumas outras que não entraram no primeiro disco." , palavras de Alexandre autor de todas as músicas e letras da banda. Nesse mesmo período, Alexandre, estudante de computação da UnB, conheceu Luís e Bruno no time de futebol da universidade. Nascia então a primeira formação da banda: Alexandre, Luís, Bruno e Juninho.
O ano de 1995 não foi dos melhores para banda que quase teve seu fim com a mudança de Juninho para Icaraí-CE.
Mas, no verão de 1996, Alexandre foi passar suas férias em Fortaleza.
" O Juninho fez um lual na praia de Icaraí, em frente ao trailler dele. Tinha gente de todo lugar do Brasil nesse lual. A gente tocou quase a noite toda, inclusive, tocamos várias músicas que estão nesse CD. Eu meio que percebi que o Juninho tava afim de voltar pra BsB, mas não falei nada."
Em fevereiro de 1996, Luís convida Alexandre para fazer um som em sua casa junto com Bruno. Alexandre aproveitou esse período para mostrar as composições feitas em 95, entre elas – Adeus Mamãezinha e Dialetos da Paz. O trio já estava atrás de um novo batera, foi quando Juninho, através de um telefonema, comunicou seu retorno à Brasília.
Na noite de 29 de março de 1996, véspera do aniversário de Alexandre, aconteceu a primeira apresentação da banda, na casa de Rafinha amigo de infância de Luís e Bruno. Nesse dia André Carneiro foi convidado para assumir a guitarra solo e dias depois Izabella assumiria o posto de Backing Vocal. Daí pra frente os ensaios aconteciam todos os dias, sempre com apoio de Tia Diva, mãe de Luís, que muitas vezes "agüentou" o som até altas horas da noite.
Alguns shows se passaram e André Carneiro comunicou sua saída, Kiko foi então convidado por Luís para integrar o grupo, e aceitou. Atualmente os Natiruts são: Alexandre, Izabella, Bruno, Juninho, Kiko, Luís.
Na aclamada capital do rock chamada Brasília, no ano de 1996, surgia o mais improvável projeto no mercado musical da época. Uma banda de reggae, e ainda por cima "roots".
Mesmo assim, os integrantes, no auge do romantismo ideológico de suas vidas não estavam nem aí, acreditavam no sonho de mudar o mundo. Bancaram sua primeira fita demo, que era reproduzida caseiramente nos antigos "duplo deck". A aceitação das músicas era impressionante e ao mesmo tempo espontânea, no boca a boca. Encorajados por essa aceitação, alguns integrantes partiram para o Rio de Janeiro com a tal fita debaixo do braço.
Os primeiros a terem acesso a fita na cidade maravilhosa foram alguns poucos representantes de gravadora que tiraram um tempo para receber a banda.
Quando ouviam a fita diziam " – legal, bacana, mas reggae roots não toca no rádio " . E realmente não tocava. As fitas que tinham o destino de ficar nas gravadoras acabaram nas mãos de surfistas, estudantes, vendedores de mate da praia e muito mais. Mal sabiam eles que estavam fazendo o maior plano de marketing que poderiam. Voltaram à Brasília com a má noticia mas prontos para seguir em frente no restrito mercado regueiro do Brasil. Em 1997 gravaram o cd , que foi lançado em Julho. No verão de 1998 o "fenômeno da fita" se repetiu com o cd e tomou proporções absurdas. Nos meses seguintes a banda tocaria pelo sul, nordeste, centro oeste, e sudeste. Venderam nesse período 500 mil cds. O protótipo de fenômeno se confirmou quando o single Presente de um Beija-Flor alcançou o primeiro lugar nas rádios de todo o Brasil e figurou em alguns dos programas de grande audiência.
O improvável aconteceu. Uma banda de reggae, a ainda por cima "roots" agora era moda no país do samba. Hoje, com dez anos de estrada, respeito e público por todo Brasil e realizando tours pelos EUA, Europa, África, América Central e América do Sul, o Natiruts agradece a Deus e comemora com shows lotados por todo canto e tudo isso com um disco independente. A conclusão que se chega é: O improvável continua a andar de mãos dadas com o Natiruts.
Redação