O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou liberdade ao padre Egídio de Carvalho Neto, preso desde novembro de 2023 suspeito de desvios de milhões de reais em recursos do Hospital Padre Zé, em João Pessoa. A decisão foi do relator do habeas corpus, o ministro Teodoro Silva Santos, da Sexta Turma do STJ.
“Não concedida a medida liminar de EGIDIO DE CARVALHO NETO (PRESO), determinada requisição de informações e, após, vista ao Ministério Público Federal”, diz o resumo da decisão registrada no sistema do STJ, conforme verificou o ClickPB.
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Entenda o caso Padre Zé
O escândalo no Hospital Padre Zé começou a ser divulgado após o desaparecimento de celulares e equipamentos eletrônicos doados pela Receita Federal para serem leiloados pelo hospital.
Após isso, começaram a surgir denúncias de desvio de outros recursos e o esquema criminoso, comandado pelo padre Egídio de Carvalho, então diretor do hospital, virou algo de uma investigação na Operação Indignus.
Durante as ações policiais, o padre Egídio foi afastado da direção do Hospital Padre Zé pela Arquidiocese da Paraíba. Uma nova equipe foi designada para comandar a unidade de saúde e determinou, inclusive, a realização de auditorias.
Como acompanhou o ClickPB, a Arquidiocese revelou que o padre Egídio havia contraído o valor de R$ 13 milhões em empréstimos em nome do Hospital Padre Zé e o dinheiro nunca chegou a ser aplicado na unidade de saúde.
A Operação Indignus cumpriu mandados em dez imóveis que seriam do padre Egídio, dentre eles uma granja na cidade de Conde e apartamentos em prédios de luxo na orla de João Pessoa.
Como trouxe o ClickPB, nos locais, os investigadores encontraram itens de luxo e ostentação. Os imóveis eram equipados com lustres e projetos de iluminação requintados.
Também chamou atenção que na granja havia móveis rústicos de madeira avaliados em R$ 3 milhões, além de 30 cães da raça Lulu da Pomerânia. Uma pesquisa do ClickPB revelou que um cão desta raça pode ser comercializado por até R$ 10 mil.
O padre Egídio de Carvalho, além de Amanda Duarte e Jannyne Dantas, ambas apontadas como envolvidas no esquema, foram presos no dia 17 de novembro.
Após audiência de custódia, o padre foi encaminhado ao Presídio Especial em João Pessoa, Amanda Duarte está em prisão domiciliar, por estar amamentando um bebê de quatro meses, e Jannyne Dantas foi levada ao presídio feminino Júlia Maranhão, também na Capital.
Em tentativa de colocar o religioso em liberdade, os advogados do padre Egídio entraram com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas a medida foi negada pelo ministro Teodoro da Silva Santos.
Os advogados também tentaram recurso no Supremo Tribunal Federal (STF), mas o pedido foi negado pela ministra Cármen Lúcia. No fim de janeiro, o padre teve um novo recurso negado, dessa vez pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba TJPB).
No dia 6 de fevereiro, os advogados do padre entraram com um novo recursos no STJ pedindo a liberdade do religioso. O pedido será relatado pelo ministro Teodoro Silva Santos.
Em novo capítulo sobre o caso, diversas microcâmeras foram encontradas espalhadas por salas administrativas do hospital. Os equipamentos teriam sido instalados à mando do padre Egídio na época que ele comandava o Hospital Padre Zé. A denúncia foi feita pelo jornalista Clilson Júnior, clique aqui para ler.
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