A integração do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) com o Bolsa Família está prejudicando a erradicação do trabalho infantil, por causa do receio das famílias de perder o benefício, na avaliação do coordenador do Peti naquele Estado, Edno Guedes Rolim.
"Estamos sentindo dificuldades porque as famílias estão achando que quando a criança migra do Peti para o Bolsa Família elas vão ter redução do dinheiro. Com isso, as famílias não estão querendo mais mandar as crianças para a jornada ampliada e para as ações sócio-educativas", afirmou.
Segundo ele, a fiscalização na Paraíba não é suficiente para evitar o trabalho infantil. "Nós, coordenadores, temos que visitar cada município e trabalhar junto a essas famílias para que elas não deixem de mandar as crianças para a jornada ampliada", explicou.
Rolim disse que os responsáveis pela fiscalização são a Delegacia Regional do Trabalho e pela Comissão Estadual do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Cepeti), formada por instituições governamentais e entidades da sociedade civil.
"Suficiente não é. Precisamos trabalhar muito mais, fiscalizar muito mais. Para isso precisamos de apoio ainda maior do Ministério do Desenvolvimento Social", afirmou Rolim.
A Paraíba ocupa o terceiro lugar do ranking do trabalho infantil no país, com uma taxa de ocupação de crianças de 5 a 15 anos de idade de 13,32%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 2005.
No Estado são aproximadamente 104 mil crianças trabalhando. O dado revela um aumento do trabalho infantil na Paraíba. Em 2004, o estado estava em 6º lugar no ranking, com uma taxa de ocupação de 10,94%.
"Temos que fazer uma fiscalização contínua. Se parar, vai haver aquela lacuna", disse Rolim. De acordo com ele, o Peti atende 176 dos 223 municípios da Paraíba.
O Dia