Paraíba

Médicos residentes do HU mantêm greve e querem melhoria nas

Na sexta-feira (24), os médicos terão uma audiência com o reitor Rômulo Pollari e entregarão uma vasta pauta de reivindicações para melhorias no HU (leia íntegr

Os médicos residentes do Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa, decidiram pela permanência da greve. A assembléia, realizada na manhã de hoje (22), também definiu um calendário de mobilização que começa amanhã no Hospital Santa Isabel, onde os residentes farão atendimento. Na sexta-feira (24), os médicos terão uma audiência com o reitor Rômulo Pollari e entregarão uma vasta pauta de reivindicações para melhorias no HU (leia íntegra do documento abaixo).

Entre as reivindicações estão a instalação de laboratório de bioquímica, funcionamento do serviço de radiologia, ampliação de leitos, aquisição e manutenção de equipamentos, ampliação do bloco cirúrgico, entre outros itens.

Os 76 médicos residentes do HU estão parados desde o último dia primeiro de novembro, eles reivindicam reajuste de 50% na bolsa, que atualmente é de R$ 1.474,00. Caso a categoria consiga esse percentual, o valor da bolsa passará para R$ 2.211,00. A paralisação é nacional. “A nossa paralisação não é apenas por questões salariais, mas também por melhores condições de trabalho. Cada grupo de médico que trabalha nos hospitais universitários está reivindicando melhorias”, afirmou a médica residente Lígia Almeida Diniz, do comando de greve.

A greve dos residentes médicos atinge 19 estados. A Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR) informa que mais de 80% dos cerca de 17 mil profissionais que existem no Brasil paralisaram as atividades. Eles aguardam a edição de Medida Provisória, já negociada com o MEC, que legisla sobre o reajuste dos médicos residentes. Todo o processo tramita no Congresso Nacional.

Confira a pauta de reivindicações

Pauta de Reivindicações do Movimento de Greve no Hospital Universitário Lauro Wanderley

Viemos através deste manifestar a nossa insatisfação com a atual situação em que se encontra o nosso Hospital ESCOLA. Tal situação tem prejudicado o nosso processo de formação profissional, além da fazer-se empecilho para boa condução e resolução dos casos dos pacientes assistidos por este hospital. Em virtude disto, viemos mais uma vez ressaltar nossas reivindicações através deste comunicado e da paralisação das nossas atividades até que sejam tomadas medidas eficazes para solução dos seguintes itens:

1- Serviço de patologia funcionado adequadamente a fim de que sejam lançados os laudos histopatológicos em tempo útil para a resolução dos casos;

2- Laboratório: realização PERMANENTE dos exames de bioquímica (IONOGRAMA, Na urinário, dentre outros), Coagulograma, imunologia, simples HEMOGRAMA. A falta de tais exames ocasiona transtornos imensuráveis para a adequada conduções diárias dos pacientes, acarretando complicações, iatrogenia e até óbito dos pacientes;

3- Serviço de radiologia:
Permanência do radiologista no hospital nos turnos da manha e tarde e de sobreaviso à noite;
Permanência de técnico de radiologia devidamente qualificado nos turnos da noite, realizando inclusive exames a beira do leito;
* RX: capacitação técnica e humana dos profissionais a fim de que sejam realizados exames radiológicos de melhor qualidade e com maior presteza. Além disto faz-se necessário que os laudos sejam compatíveis com os exames radiológicos realizados.
*RX contrastado: a falta deste é inadmissível para um serviço terciário e principalmente em se tratando de um Hospital-ESCOLA(?), visto que existem: técnico(?), contraste e aparelho de RX disponíveis.
*USG: capacitação técnica, uma vez que este exame é OPERADOR-dependente e os pacientes da clínica estão sendo prejudicados com os exames emitidos. Desta forma este serviço esta sendo inútil para elucidação diagnóstica.
*ECODOPPLER: aquisição do equipamento;
* TC: exames realizados com adequação das fases oral e venosa e com número satisfatório de cortes para melhor acurácia do exame. Presença de carrinho de anestesia no local, a fim de realizar sedação quando necessária.
*COLONOSCOPIA: simples funcionamento deste serviço, pois como já foi citado estamos em um hospital terciário e principalmente um Hospital-ESCOLA(?).

4- Farmácia: a falta de medicamentos BÁSICOS e padronizados (Ranitidina, dipirona, lactulose…) tem prejudicado sobremaneira a condução dos pacientes e o nosso aprendizado. Quanto aos medicamentos não padronizados, eles inexistem.

5- Materiais e equipamentos hospitalares: existência permanente de materiais de uso diário, tais como: luvas de procedimento, esfignomanômetro adulto-pediátrico em condições adequadas, equipo para bomba de infusão (e a própria para uso restrito da clínica médica), coletores, tubos, drenos, intracath; materiais de urgência: torpedo de oxigênio, carrinho de parada cárdio-respiratória em todas as enfermarias, bloco cirúrgico e CECAE;

6- Preceptoria: capacitação da equipe, assim como atualização dos mesmos e realização de concursos para renovação do corpo clínico.

7- Equipe de enfermagem: o pequeno número de auxiliares e técnicos tem prejudicado indubitavelmente a evolução dos pacientes.

8- Abertura da segunda sala de cirurgia oftalmológica. Trata-se de um medida viável que já foi discutida exaustivamente com a superintendência há aproximadamente um ano e podada pelo parecer da CCIH do HULW que fez inúmeros obstáculos dificultando a abertura da nova sala.

9-Substituição da caneta do aparelho de facoemulsificação. Peça indispensável para funcionamento desse aparelho que realiza cirurgias de catarata implicando numa fila parada de mais de 80 pacientes com cegueira legal que ligam diariamente para o hospital e respectivos médicos cobrando explicações pela não realização do procedimento. A compra da caneta para o aparelho foi solicitada há 3 meses sem solução até o momento.

10-Aquisição de uma enfermeira para o Serviço de Oftalmologia (CEROF). O único setor do hospital que não dispõe de enfermeira é a oftalmologia;

11-Melhoria das condições de trabalho no bloco cirúrgico;

12-Aquisição de novos leitos para as enfermaria de ginecologia, que são insuficientes;

13-Aquisição de material para realização de video-histeroscopia;

14-Aquisição de novas mesas ginecológica-obstétricas;

15-Reforma nas salas de prescrição da gineco-obstetrícia;

16- Criação de repouso médico específico para os residentes da ginecologia e obstetrícia;

17- Comparecimento e permanência dos cirurgiões–plantonistas durante todo o tempo que durar seu plantão respeitando os horários de início e término do plantão na clínica cirúrgica;

18-Realização de visitas de enfermaria por todas as equipes de cirurgia vinculadas à residência ( Cirugia Geral, Coloproctologia, Urologia, Cirurgia da Cabeça e Pescoço, Cirurgia Torácica, Cirurgia Vascular);

19-Otimização do bloco cirúrgico com abertura de novas salas:

I. Fiscalização do corpo de enfermagem do bloco cirúrgico fazendo cumprir suas escalas, evitando faltas coletivas ao trabalho como está ocorrendo.
II. Presença de instrumentadores na sala cirúrgica durante todo o ato operatório.
III. Elaboração de um cronograma semanal de cirurgia estabelecendo dia e horário fixo que cada cirurgião irá operar e seu cumprimento.
IV. Cumprimento da programação cirúrgica na íntegra e com a devida pontualidade como publicada diariamente.

20-Manutenção urgente dos equipamentos do bloco cirúrgico como focos, carrinhos de anestesia, monitores e equipamentos em geral além da rede elétrica e hidráulica.

21-Complementação do arsenal de instrumental cirúrgico para o bloco e o CECAE

22-Aquisição de novos instrumentais para videolaparoscopia.

23-Aquisição de carinhos de reanimação cardio-respiratória para a enfermaria de cirurgia e o CECAE.

24-Organização do arquivo de prontuários médicos do hospital e dos exames anexados ao mesmo;

25-Fiscalização e PUNIÇÃO para aqueles que descumprirem as normas do hospital, seus horários e suas funções, para que haja o funcionamento dos serviços sem prejuízo, salvo se devidamente justificado.

26 – Serviço de referência em neurocirurgia, em decorrência do grande número de pacientes com complicações secundárias à meningite e que necessitam de intervenção neurocirúrgica.

27 – Kits para teste rápido de HIV disponibilizado na enfermaria DIC para pacientes internados.

28 – Serviço de referência de ortopedia e cirurgia cardíaca para pacientes com osteomielite e complicações de endocardite infecciosa.

29 – Contratação de um diarista para a visita do berçário intermediário e UTI pediátrica em caráter de urgência;

30- Aquisição de materiais de proteção individual suficientes para os procedimentos de risco em sala de parto, tais como: coletes, óculos e capacetes;

31-Ampliação do horário de coleta de fezes para exames parasitológicos ( atualmente a coleta obrigatoriamente tem que ser feita até as 9h, impossibilitando, por diversas vezes, o processo diagnóstico);

32- Abertura de ambulatórios específicos e de excelência nas áreas de pneumologia/fibrose cística e nefrologia pediátrica;

33 -Funcionamento do equipamento necessário para realização da dosagem do sódio e do cloro no suor (diagnóstico de fibrose cística), que se encontra paralisado desde a sua aquisição/doação.

Eliane Cristina
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