Investigação

Mantida condenação de ex-diretor de Finanças por desvio de recursos do Programa Fome Zero em Campina Grande

O então gestor realizou 54 transferências ilegais no valor de R$ 4.489,31 em 2012; recursos federais eram destinados a cozinhas comunitárias.

Mantida condenação de ex-diretor de Finanças por desvio de recursos do Programa Fome Zero em Campina Grande

A condenação de Rennan Trajano de Farias pelo crime de peculato por desviar R$242.422,74 em 2012 quando era diretor da Secretaria de Finanças de Campina Grande (PB) foi mantida a pedido do Ministério Público Federal (MPF). A 4ª Vara da Justiça Federal da Paraíba

A sentença, publicada em 13 de setembro, determinou a pena de quatro anos e seis meses de reclusão e o pagamento de 50 dias-multa, para cada uma das 54 transações ilegais realizadas por ele.

A ação originária foi ajuizada em março de 2019 pelo Ministério Público do Estado da Paraíba, sendo posteriormente declinada para atuação do MPF perante a Justiça Federal, por tratar-se de recursos de origem do Governo Federal. Segundo apurado, em 27 de dezembro de 2012, às vésperas do fim da gestão municipal, foram realizadas 54 transferências de recursos do Programa Fome Zero a terceiros que não tinham créditos a receber do município ou que sequer eram fornecedores cadastrados no programa.

O recurso era de convênio firmado entre o Município de Campina Grande e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, destinado ao pagamento de produtos da agricultura familiar adquiridos para atender a cozinhas comunitárias.

De acordo com o MPF, cada transação foi feita no valor de R$ 4.489,31, que é o limite individual anual máximo de pagamento do Programa Fome Zero. Além disso, foi comprovado que o comando bancário para as transferências foi dado diretamente pelo então diretor de Finanças, a partir da utilização de seu token e senha.

Segundo a Controladoria Interna do Município de Campina Grande, não havia qualquer fundamento para a realização desses pagamentos naquele momento. Na sentença, a Justiça Federal destaca que muitas transferências foram realizadas em duplicidade, extrapolando indevidamente o limite individual anual de pagamentos, o que reforça o claro intuito de desviar os valores disponíveis.

A defesa do ex-diretor chegou a alegar que ele estaria totalmente afastado de suas atividades por problemas de saúde e que as transações teriam sido realizadas por outra pessoa. Porém, em interrogatório policial, Farias afirmou que, no período em que ocorreram os crimes, estava trabalhando de sua casa e, ainda, que sofreu pressão da gestão para desviar os valores do Programa Fome Zero.

Outros acionados – A ação incluía, ainda, o ex-prefeito de Campina Grande e atual senador Veneziano Vital do Rêgo Segundo Neto, o então chefe de gabinete, Hermano Nepomuceno Araújo, e o secretário Municipal de Finanças à época, Júlio César de Arruda Câmara Cabral. A Justiça, porém, absolveu os dois últimos e determinou o trancamento da ação penal em relação ao ex-prefeito.

 

MPF

 

COMPARTILHE

Bombando em Paraíba

1

Paraíba

Obras da ‘Ponte do Futuro’ são iniciadas em Cabedelo; veja fotos

2

Paraíba

Fim de ano: presidente da Fecomércio afirma que são esperadas 7 mil contratações na Paraíba a partir de outubro

3

Paraíba

Inscrições do concurso da Prefeitura de João Pessoa com 432 vagas e salários de mais de R$ 2 mil vão até 7 de outubro

4

Paraíba

Na Paraíba, empresas de ônibus interestaduais são obrigadas a transportar eleitores gratuitamente no dia da eleição

5

Paraíba

Arthur Souto reforça campanha de Paulo Maia