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Mais de 20 apenados se casam em cerimônia coletiva em igreja em João Pessoa

Cada noivo pôde levar dois convidados, enquanto as testemunhas oficiais foram representadas por membros da Igreja Universal e do Conselho da Comunidade. 

Mais de 20 apenados se casam em cerimônia coletiva em igreja em João Pessoa

Apenados do Sistema Prisional da Paraíba se casaram em cerimonia coletiva para 23 casais no salão da Igreja Universal, na tarde desta quinta-feira (19), em João Pessoa. Conforme informações da assessoria do Estado, ao ClickPB, o evento, pela primeira vez, teve o caráter religioso e efeito civil. Cada noivo pôde levar dois convidados, enquanto as testemunhas oficiais foram representadas por membros da Igreja Universal e do Conselho da Comunidade.

A noiva Claudenice Mendes disse que há 30 anos de união ainda não havia recebido a bênção religiosa e que hoje sela o seu matrimônio. Já Maria Angelina disse que estava vivendo “um sonho lindo”. “Casar na igreja era tudo que eu mais queria”, falou emocionada.

“Celebramos o casamento de 23 reeducandos que oficializaram a sua situação matrimonial com as suas respectivas esposas, objetivando uma convivência mais pacífica e demonstrando para elas que, mesmo estando recluso, estarão esperando por elas. Então, é um evento bastante interessante e agradecemos ao bispo Miguel, à Vara da Execução Penal por autorizar esses reeducandos se deslocaram para o local do evento e retornarão em segurança. Parabéns para toda a equipe da Gesipe, para todos os grupos especiais que estão participando e toda a nossa equipe administrativa que também está trabalhando no evento”, expressou o secretário João Alves (Seap-PB).

Para a juíza Andrea Arcoverde (apoiadora do projeto) foi um momento histórico e de fortalecimento dos vínculos familiares. “Hoje é um dia de muita alegria para a VEP. Estamos vivendo um momento histórico, a realização do primeiro casamento religioso do sistema penitenciário, um projeto do Conselho da Comunidade de João Pessoa junto com a Seap, que visa fortalecer a família e a fé em Jesus Cristo”.

“É com muita satisfação que realizamos esse casamento coletivo com aqueles que estão privados de liberdade. Nós já temos o casamento coletivo para a sociedade civil todo ano, mas esse aqui é inédito. É pela primeira vez que está acontecendo e que eles estão tendo a oportunidade de legalizar sua vida diante dos homens e diante de Deus. No casamento civil e religioso aqui na Universal”, apontou o bispo Miguel Soares.

O secretário executivo da Seap, João Paulo Ferreira Barros evidenciou o momento histórico, o primeiro casamento religioso com efeito civil realizado na Paraíba nesses moldes. “A iniciativa faz parte da política do Governo do Estado de reintegração social, destacando o papel fundamental da família nesse processo. É importante entender que, para pessoas privadas de liberdade, a restrição à liberdade é temporária, mas os demais direitos devem ser garantidos, incluindo o acesso à família. Esses fatores são essenciais para reintegrar o indivíduo à sociedade, e reduzir a reincidência criminal. Estamos muito felizes com este marco, que celebra a vida e a esperança dessas pessoas em busca de reintegração social. A Secretaria, sob a orientação do governador João Azevêdo, trabalha para proporcionar a quem está cumprindo pena condições para, ao deixar o sistema prisional, retornar à sociedade com menor risco de reincidência”, pontuou.

Impacto Social – O projeto do casamento coletivo começou a partir de um pedido de mulheres casadas com detentos da Penitenciária Geraldo Beltrão, durante uma ação de emissão de documentos na unidade. Desde então, a ideia se transformou em um programa social voltado para oficializar uniões estáveis de longa duração, promovendo impacto positivo para as famílias, o sistema penitenciário e a sociedade.

A coordenadora do projeto, Cizia Romeu, celebrou o sucesso desta edição, destacando os impactos positivos gerados, como a integração social e a mobilização de parceiros. Além disso, o presidente do Conselho da Comunidade de João Pessoa, Thiago Robson, enfatizou que a ação fortalece vínculos familiares e promove a dignidade humana, contribuindo para a reintegração social e a redução de estigmas.

Próximas Edições – O projeto terá continuidade em 2025, com novas edições do casamento coletivo. Já está prevista uma cerimônia de casamento religioso católico, com efeito civil para casais que se identificam com a religião católica. A iniciativa reafirma o compromisso das instituições envolvidas com a promoção de ações inclusivas e humanitárias no sistema prisional.

 

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