Superintendente do Detran-PB, Isaías Gualberto. (Foto: Reprodução)
Na Paraíba, 70% das mortes no trânsito são de ocupantes de motocicletas que não utilizavam capacete ou usavam de forma inadequada. Para evitar que esses números continuem aumentando, o Detran firmou uma parceria com o Ministério Público Estadual (MPPB) para cobrar a municipalização do trânsito nas cidades. “Não temos como fiscalizar os 223 municípios”, declarou o superintendente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PB), Isaías Gualberto, no programa Arapuan Verdade desta terça-feira (4), como acompanhou o ClickPB.
O superintendente ressaltou que 80% dos atendimentos nos hospitais de Trauma de João Pessoa e Campina Grande são de motociclistas. Em 2023, foram 13 óbitos na rodovia estadual que liga Café do Vento a Araruna, que é onde mais ocorrem acidentes com motociclistas no estado, conforme dados do Programa Paraíba Pela Paz no Trânsito.
A falta do uso do capacete ocorre principalmente nas cidades onde o trânsito não é municipalizado. Esses pacientes, de acordo com o superintendente, causam um custo altíssimo para o estado que poderia ser investido em áreas como educação e saúde. “Temos que gastar por conta dessa irresponsabilidade que é o não uso do capacete”.
Ele ressaltou que, além do Detran, o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) têm realizado fiscalizações, e destacou que, assim como ocorreu com o cinto de segurança, é preciso educar desde cedo as crianças. “Temos que educar hoje para que nossas crianças se tornem condutores de carro ou motocicleta mais conscientes no futuro”.
Isaías Gualberto ressaltou que a campanha Maio Amarelo teve exatamente o objetivo de conscientizar a população. Ele considerou o saldo muito positivo. “O Maio Amarelo é uma campanha de conscientização mundial da população organizada pela ONU, em mais de 30 países, e o Brasil é o terceiro país onde mais se mata no trânsito no mundo. No Norte e Nordeste, são os ocupantes de motocicletas.
Serviços online
O Detran-PB disponibiliza uma série de serviços que podem ser feitos online, evitando filas. O primeiro emplacamento de veículo particular é um desses serviços. De acordo com o superintendente do órgão, Isaías Gualberto, o condutor só vai precisar ir ao Detran para colocar a placa. Com a nota fiscal, consegue baixar IPVA, licenciamento. Essa facilidade, segundo ele, está disponível desde 2022.
Já os que não têm condições de fazer agendamento, procura uma unidade física. O agendamento será feito com ajuda de um funcionário. Há também telefone celular no site do Detran para tirar dúvidas.
“Lançamos, há 15 dias, a carta de serviço do Detran – todos os serviços estão no site do Detran em PDF com o passo a passo como deve fazer para renovar CNH, fazer transferência de veículo, primeira habilitação, entre outros serviços”.
Em todo o estado, o Detran conta com 727 servidores. Somente na sede, no bairro de Mangabeira, em João Pessoa, são realizados, por dia, mil atendimentos.
Reforço nas fiscalização durante o São João
O Detran-PB participou do lançamento da Operação São João, com o governador João Azevêdo, o secretário de Segurança, Jean Nunes, de acordo com Isaías Gualberto. Ele enfatizou que a Operação Lei Seca é permanente em Campina Grande e que também atua em Guarabira.
Em João Pessoa, o foco é nas operações, dentro das ações do Paraíba pela Paz no Trânsito ocorrem nas rodovias, inclusive no Sertão do estado.
“Estamos trabalhando com dados científicos para reduzir a mortalidade no trânsito e, paralelamente, com a educação para o trânsito. Só este ano, já atendemos 25 mil pessoas nas escolas em todo o estado, mais de 185 municípios já visitados pela equipe. Conseguimos regionalizar as equipes de educação para o trânsito, não só em João Pessoa, mas também nas regiões”. A equipe vai nas escolas municipais, estaduais e privadas.
“Neste São João, é preciso pensar nas decisões que se toma no trânsito. Se for dirigir, não beber. Se for andar de motocicleta, usar o capacete afivelado. É algo simples e temos que mudar essa cultura porque a mortalidade está muito alta pela imprudência”, concluiu.
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