O dentista paraibano Fernando Câmara deve pagar hoje uma das mais caras pensões alimentícias do Brasil. Separado desde o ano passado, ele desembolsa 82% do salário para bancar as contas da ex-mulher e da filha, em atendimento a determinação provisória do juiz da 7ª Vara de Família na Capital. Passando dificuldades financeiras, ele resolveu virar o jogo: entrou com ação na Justiça exigindo que a ex-mulher pague uma pensão de R$ 900 para ele.
Na decisão inicial, o juiz fixou que o dentista pagasse 27% de pensão alimentícia para ex-mulher, uma servidora pública, e a filha sobre um salário mensal de R$ 1.616,00. O problema é que o magistrado obrigou-o a pagar ainda o Plano de Saúde da filha, no valor de R$ 129, a mensalidade escolar, no valor de R$ 269, a Cultura Inglesa, R$ 173, e ainda o condomínio do apartamento onde as duas moras em Tambaú, na Capital.
Tudo isso dá uma conta de R$ 1.331, 74. Ou seja, mais de 80% do salário do dentista que ainda tira, do dinheiro que lhe sobra, R$ 177,76 para pagamento do Ipea, que vem descontado no salário. No final, ele fica apenas com pouco mais de R$ 100.
“Estou passando por um momento muito difícil da minha vida. Tendo que recorrer a parentes e amigos para não passar fome”, declarou Câmara. Para o advogado Jocélio Jairo Vieira, que representa o dentista na ação, a pensão paga por Fernando Câmara abre um precedente perigoso nos litígios de família.
Além de todo o dinheiro que recebe do ex-marido, Maria Alzira ainda tem uma remuneração de R$ 631,56 da Secretaria de Saúde do Estado.
“É indeclinável é o dever do autor em sobreviver, sendo que sua ex-mulher se encontra hoje em perfeitas condições financeiras para satisfazer o pedido do meu representado”, relata o advogado na ação.
A reportagem do ClickPB tentou entrar em contato com os advogados da ex-mulher do dentista, mas não conseguiu.
Redação ClickPB
