Desde 2022, vários estados vem registrando o aumento de casos de Síndrome Gripal Aguda Grave (SRAG) em crianças sobretudo nos meses logo após do Carnaval. Como uma das medidas de prevenção e controle destas síndromes, tem início no próximo dia 10 de abril a campanha de vacinação contra influenza em todo o país, prosseguindo até o dia 31 de maio.
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Mas além das vacinas, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) da Paraíba realizou uma nova ampliação de leitos pediátricos de retaguarda, para atender casos de Síndrome Gripal Aguda Grave no estado. A estratégia faz parte de um plano de ação elaborado para o enfrentamento do aumento de casos das síndromes gripais infantis e será realizado de forma emergencial, tendo início até esta segunda-feira (6).
Em relação aos leitos, uma das unidades que receberá os casos infantis agravados de forma emergencial está no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena. Ao todo, serão mais 26 leitos de UTI, distribuídos nas unidades da Rede Estadual em João Pessoa, Campina Grande e Patos, além de 77 de enfermaria em outros serviços hospitalares.
De acordo com o secretário de Saúde da Paraíba, Jhony Bezerra, o aumento de casos de síndromes gripais ocorre devido ao período de sazonalidade destes agravos com estimativa de prevalecer até junho. Com a ampliação, a Paraíba passa a contar com 385 leitos pediátricos entre enfermaria e UTI distribuídos em várias unidades de saúde estaduais, contemplando as três Macrorregiões: Complexo Hospitalar Arlinda Marques, Hospital Distrital de Solânea, Hospital Infantil Noaldo Leite, UPA de Cajazeiras, Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa e Hospitais Regionais de Sousa, Piancó, Catolé do Rocha, Cajazeiras, Picuí e Mamanguape.
De acordo com o coordenador médico da urgência e emergência do Hospital Arlinda Marques, Ariano Brilhante, todos os anos é esperado um aumento nos casos respiratórios na faixa etária pediátrica nesta época do ano, de março a julho, que compreende o período após o carnaval até as festas juninas. “É neste período que aumenta a circulação de diversos vírus que afetam principalmente as vias respiratórias, incluindo gripes, resfriados, bronquiolites e pneumonias. Além disso, pode existir uma superposição de aumento de casos respiratórios com outras doenças, como arboviroses e as gastroenterites que podem provocar diarreia”, explica o pediatra.
Em relação aos sintomas, o médico explica que a febre, apesar de assustar muitos pais, nem sempre é indicativo de que a criança precisa de um atendimento imediato. “Se a criança estiver aparentemente bem, é possível observar em casa e aguardar resolução ou aparecimento de outros sintomas, medicando com remédios para os sintomas, como dores, febres ou secreções que venham a aparecer. Nos casos mais simples, sem queda de estado geral da criança, o atendimento deve ser feito na Unidade Básica de Saúde mais próxima da casa do paciente”, ressalta Ariano.
Para evitar a propagação do vírus da gripe e minimizar casos graves de síndromes respiratórias, a principal medida preventiva é a vacinação “É importantíssimo manter o calendário vacinal atualizado de toda a família, para prevenir doenças virais, pneumonia, meningite, dentre outras. É essencial também realizar o isolamento das crianças, evitando o contato delas com outras pessoas doentes, não levar à escola aquelas que estão com algum sintoma e separar irmãos, caso algum deles esteja acometido”, recomenda o pediatra.