Os furtos de celulares doados ao Hospital Padre Zé, que chegaram ao conhecimento público nesta quarta-feira (20), podem representar um prejuízo de mais de R$ 500 mil. A investigação sobre o caso começou após um boletim de ocorrência registrado pelo ex-presidente do hospital, o padre Egídio Neto, que renunciou ao cargo.
Como apurado pelo ClickPB, os celulares furtados foram entregues pela Receita Federal, em maio, diretamente ao padre Egídio e a um jovem chamado Samuel Segundo para que fossem vendidos durante um bazar. O dinheiro das vendas seria usado para o Hospital Padre Zé. Porém, no mês de julho, quando as caixas onde os celulares estavam foram abertas descobriu-se que os equipamentos haviam desaparecido.
Em entrevista coletiva, o vigário geral da Arquidiocese da Paraíba, o padre Luiz Júnior, afirmou que o crime foi descoberto pela direção do hospital e que o padre Egídio Neto foi até a Polícia Civil, em agosto, registrar um boletim de ocorrência sobre a situação.
“O próprio diretor do hospital, o padre Egídio, foi à delegacia e abriu um boletim de ocorrência. A própria direção estava tomando providências e a partir daí começamos a saber da questão dos celulares. Oficialmente, não fomos informados de outros fatos. Estamos dispostos a ajudar no que for necessário e estiver ao nosso alcance”, falou o vigário durante entrevista coletiva, como acompanhado pelo ClickPB.
O ClickPB verificou que Samuel Segundo chegou a ser preso no dia 3 deste mês, mas a prisão foi revogada no dia 6, conforme informou o advogado dele, Aécio Farias.
“A justiça decretou medidas cautelares que estão e serão cumpridas integralmente pelo acusado. A defesa aguarda o fim da investigação para melhor se pronunciar”, disse o advogado, como visto pelo ClickPB.
Ainda nesta quarta-feira, em meio ao escândalo do furto dos celulares, o padre Egídio de Carvalho Neto, renunciou ao cargo de presidente do Hospital Padre Zé. Conforme apurou o ClickPB, o pedido foi aceito pelo arcebispo Dom Manoel Delson.
Padre Egídio estava há mais de cinco anos à frente do hospital, fundado há quase 90 anos. Além de estar na gerência da unidade, ele também atuava como pároco da Igreja Santo Antônio.