As riquezas de Mataraca podem estar bem além da “super cidade” de R$ 9 trilhões que está sendo anunciada por um grupo de empresários chineses. Uma fonte revelou ao ClickPB que os chineses descobriram em Mataraca uma nova fonte de um minério precioso: a Ilmenita, que é fonte de titânio. O material pode ser encontrado nas areias das praias da região e a estimativa é de que a nova jazida seja bem maior do que as que já existem.
A Ilmenita, como apurou o ClickPB, já foi extraída da mina do Guajú, que fica em Mataraca. Porém, agora, a região voltou a chamar atenção dos empresários chineses. A expectativa é de que o minério esteja em maior quantidade do que antes havia sido previsto e poderá garantir uma riqueza vultosa ao seu explorador, podendo ultrapassar até mesmo os trilhões que estavam sendo comentados.
Tendo como característica a cor preta, a Ilmenita é um óxido de titânio e ferro com grande importância econômica. Seu uso é mais comum como minério de titânio, tendo ganhado grande importância na engenharia aero-espacial devido à sua resistência. O minério é utilizado na construção de estruturas de alta resistência.
Estudos feitos por especialistas apontaram que a Paraíba, mais precisamente a cidade de Mataraca, chegou a ser responsável por 75% da produção de concentrados de Ilmenita e Rutilo em todo o Brasil.
A China é um grande mercado importador da Ilmenita e uma das principais fontes de extração é o Brasil. Agora os olhos dos empresários estrangeiros se voltam à Paraíba devido à baixa procura na extração deste material na região.
Mataraca, no Litoral Norte da Paraíba, é um dos principais produtores do minério no Brasil, juntamente com as cidades de São Francisco de Itabapoana, no Rio de Janeiro e Santa Bárbara de Goiás, em Goiás. A título de exemplo, em 2018 o Porto de Cabedelo embarcou 31 mil toneladas de Ilmenita em apenas duas operações. Na época, o minério extraído de Mataraca tinha como destino final a França e a Ucrânia.
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BRASIL CRT
O ClickPB apurou que os sócios da Brasil CRT da Construção de Nova cidade, que é a empresa que está à frente da proposta de investir R$ 9 trilhões para construção de uma “super cidade” em Mataraca, também têm negócios com minérios no Brasil. Ruotian Chen participa de empresas de exploração de recursos minerais e de mineração de diamantes, além de outras pedras preciosas.
Já Jianing Chen tem participação em empresas de mineração de ouro, além da exploração de petróleo e gás natural.
Mina do Guaju
Conforme apurou o ClickPB, uma parte de Mataraca foi, por anos, fonte de titânio através da Mina do Guajú, a maior da Paraíba. A mina, localizada numa área próxima à divisa com o Rio Grande do Norte, começou a ser explorada no ano de 1983, segundo estudo ao qual o ClickPB teve acesso.
Ao longo das décadas a área passou a ser gerenciada pelas empresas Andrade Gutierrez em parceria com a Bayer, Millenium Chemicals (1998), Lyondell (2004), Crystal (2007) e Tronox. No dia 31 de maio de 2020, segundo apurou o ClickPB, foi finalizada a operação de dragagem na mina.
Como apurou o ClickPB, em 2003 a Millennium Chemicals do Brasil, subsidiária da Millennium Inorganic Chemicals, investiu US$ 31 milhões para expandir sua capacidade de produção no Brasil. A jazida em Mataraca passou, então, a ampliar sua produção, de 110 mil para 120 mil toneladas de Ilmenita por ano.