Negligência

Dono de abrigo de idosos interditado em João Pessoa e familiares omissos agiram de forma criminosa, diz promotora

Idosos foram transferidos para hospitais e unidades de acolhimento após denúncias de maus-tratos em um abrigo clandestino na Capital paraibana.

Dono de abrigo de idosos interditado em João Pessoa e familiares omissos agiram de forma criminosa, diz promotora

Abrigo foi interditado após o Ministério Público da Paraíba constar várias irregularidades. — Foto:Reprodução

O dono do abrigo de idosos irregular e interditado após denúncias de maus-tratos, que funcionava no bairro de Tambauzinho, em João Pessoa, e os familiares omissos que abandonaram os seus parentes no local, agiram de forma criminosa. A avaliação foi da promotora de Justiça da Cidadania e dos Direitos Fundamentais – Direitos dos Idosos, Sônia Maia, ao relatar a situação dos idosos depois que foram resgatados. Alguns deles apresentavam ferimentos pelo corpo, desnutridos, famintos e com sede.

“Tanto ele [o dono do abrigo] agiu de forma criminosa como também os familiares que foram omissos. Porque eu soube, inclusive, que tinha um dos idosos, que o neto é um médico. Aí você não pode me dizer que ninguém tomou conhecimento de nada. Pela situação que os idosos se apresentam, com ferimentos visíveis, você não pode dizer que ele estava sendo bem cuidado. O familiar disser que o idoso estava sendo bem cuidado, ele é igualmente responsável pela conduta criminosa em relação aos idosos”, afirmou a promotora.

De acordo com Sônia Maia, os familiares que foram omissão com seus entes contribuíram com a prática violenta contra os idosos que estavam nesse abrigo clandestino. “Agressão em si não é apenas agressão física, mas todo tipo de violência, quer seja moral, psicológica. Ela aos poucos vai trazer consequências para a vida e saúde do idoso. Foi o que aconteceu”, afirmou. O Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio dessa promotoria, está fazendo um relatório sobre esses idosos. Os familiares que decidirem levar os idosos para casa serão monitorados, ou seja, uma equipe irá verificar se essas pessoas estão sendo bem tratadas.

A promotora de Justiça, durante entrevista ao programa ‘Arapuan Verdade’, da Rádio Arapuan FM, que o ClickPB acompanhou, ainda reforçou que a situação em que se encontravam os idosos e o local onde estavam residindo são provas de que houve crime. “Os indícios de crime são veementes. Ninguém pode de maneira alguma, diante das provas materiais, da situação que os idosos estavam se encontrando, constata sim, de forma evidente que ali são características de negligência, maus-tratos daquelas pessoas”, frisou.

O caso veio à tona após o Ministério Público da Paraíba e a Vigilância Sanitária de João Pessoa verificarem uma denúncia de maus-tratos de idosos em um abrigo da cidade no último domingo (04). No local, os representantes dos órgãos foram informados de que haviam 39 pessoas, No entanto, no momento que iriam fazer a transferência constatou que tinha menos pessoas do que o informado. Havia apenas 34, pois três haviam morrido este ano (caso está sendo investigado) e duas estavam internadas em dois hospitais da Capital. O dono foi preso em flagrante, mas solto depois de uma audiência de custódia. A Polícia Civil investiga o caso. 

Canais para denunciar crimes contra idosos:

– Disque 100 (Direitos Humanos);

– Disque 123 (Paraíba);

– Polícia Militar: 190

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