A Arquidiocese da Paraíba resolveu entrar na briga com a prefeitura no que diz respeito à penhora de prédios onde funcionam templos católicos. Dois já foram notificados pela prefeitura, a Paróquia de Santa Julia, na Torre e a Cristo Rei em Mangabeira.
Na nota, a Arquidiocese esclarece que sempre buscou o cumprimento de suas obrigações tributarias, mas que já apresentou restrições, inclusive no tocante a fórmula de calculo do tributo e que a prefeitura deve a instituição valor maior, oriundo de precatórios.
Veja nota na íntegra:
A Arquidiocese da Paraíba, em vista da penhora procedida pela Prefeitura Municipal de João Pessoa, no dia 23 de março de 2006, do imóvel no qual se acha instalada a Igreja de Santa Júlia, no bairro da Torre, nesta Capital, presta à opinião pública os seguintes esclarecimentos:
1. A Arquidiocese sempre buscou o cumprimento de suas obrigações tributárias. No tocante à taxa municipal denominada de TCR (Taxa de Coleta de Resíduos) apresentamos restrições, incluindo o cálculo do tributo, cabendo ao Judiciário dirimir todas as dúvidas, considerando que há um nivelamento no cálculo da taxa para os templos religiosos e as empresas comerciais, industriais e de serviços.
2. A penhora da Igreja de Santa Júlia, além de trazer um enorme constrangimento à comunidade católica, violou a liberdade de cultos, prevista na Constituição Federal, no art. 620 do Código de Processo Civil. Outrossim, deve-se oportunizar ao devedor a indicar sobre um bem que lhe traga menor onerosidade para garantir a execução e poder exercer seu direito de defesa.
3. O ato em evidência trouxe, principalmente, para aquela comunidade eclesial, uma profunda tristeza, porquanto sempre atenta e zelosa à resolução das questões administrativas e legais da Paróquia de Santa Júlia.
4. Há, inclusive, discussão, no âmbito da Prefeitura e da Câmara Municipal, no tocante à cobrança da TCR, de templos religiosos, mas ainda não expressa em proposta de mudança da legislação, conforme ocorreu em alguns municípios, como Natal (RN). Registre-se que a Arquidiocese da Paraíba protocolou junto à Prefeitura, desde dezembro passado, o pedido de REFIS, que está sendo analisado por aquela edilidade.
5. Encontram-se protocolizados, também, pedidos de vistorias nos imóveis pertencentes à Arquidiocese, existindo contato permanente com a douta Procuradoria Municipal, o que nos causou surpresa. Lamentamos a falta de diálogo e a precipitação do ocorrido. Registre-se ainda que a edilidade possui dívida, em valor muito maior, oriunda de precatório em favor da Arquidiocese da Paraíba.
6. Observe-se que outras Paróquias, lamentavelmente, passaram a viver idêntico problema, como a Paróquia Cristo Rei, em Mangabeira. Por fim, informamos que todas as medidas necessárias para resguardar o patrimônio que não pertence apenas à Arquidiocese da Paraíba, como a toda sociedade, estão sendo adotadas para que não persista qualquer ameaça ao templo, razão pela qual repudiamos tamanha violência.
28 de março de 2006
Arquidiocese da Paraíba
da redação
DEUS NOS ACUDA III: Arquidiocese emite nota em repúdio a penhora de ig
A Arquidiocese da Paraíba resolveu entrar na briga com a prefeitura no que diz respeito à penhora de prédios onde funcionam templos católicos
Paraíba
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