A virgindade de meninas e adolescentes de Lagoa Seca e de alguns municípios circunvizinhos vem sendo leiloada em um bar situado na zona rural do município, segundo denunciou nesta quinta-feira (11) Roberto Jeferson Normando, membro do Conselho Tutelar da cidade.
Há suspeitas, conforme relato de Roberto Jeferson, de que pessoas conhecidas da sociedade de Lagoa Seca, como comerciantes e políticos, estejam os participantes do "leilão".
O conselheiro tutelar de Lagoa Seca não quis revelar o nome do estabelecimento onde se realiza o leilão nem do proprietário para não atrapalhar o processo de apuração das denúncias que também estão sendo investigadas pela polícia local. As denúncias indicam que a prática do "quem dá mais" seja antiga.
Ainda segundo Roberto Jeferson, durante o dia o bar funciona como um estabelecimento normal, mas à noite, em algumas oportunidades, costuma fazer verdadeiros leilões de meninas entre 11 e 16 anos. Há suspeitas de que o defloramento das meninas aconteça nas dependências do próprio bar.
O conselheiro afirmou que no local também há prática de prostituição infantil envolvendo meninas ou adolescentes já iniciadas sexualmente. Nestes casos, especificamente, o preço varia entre R$ 1,00 e, no máximo, R$ 10,00.
"O dono do bar manda que as garotas fiquem em cima de algumas mesas, enfileiradas, dancem e se exibam para os frequentadores do lugar, enquanto os lances vão sendo feitos", conta Roberto, tomando por base relatos feitos aos membros do Conselho.
O Conselho Tutelar de Lagoa Seca existe há sete meses e desde sua criação já recebeu inúmeras denúncias feitas por familiares das vítimas e por pessoas da comunidade.
Entre as mais de 60 denúncias formuladas até agora, a maioria aponta para violência sexual desde prostituição infanto-juvenil a abuso de crianças e adolescentes.
O Conselho Tutelar, segundo Roberto Jeferson, espera concluir o levantamento no prazo de um mês. Em seguida o relatório será encaminhado ao Ministério Público, através da Curadoria da Infância e da Juventude.
A maior dificuldade, segundo o conselheiro, é comprovar a prática e o nome dos envolvidos. Segundo disse, as pessoas têm medo de sustentar as denúncias quando precisam fazê-lo, por exemplo, junto à polícia.
As crianças que foram defloradas no bar, bem como outras que sofreram algum tipo de violência em outros endereços da cidade, estão sendo assistidas por uma psicológa.