O relógio marcava pouco mais de meio dia em 27 de maio de 2019 quando Cizinato Diniz, pai do cantor Gabriel Diniz, recebeu uma mensagem no WhastApp que mudaria sua vida. Ele estava em uma praia a 40 minutos de Maceió (Alagoas) para comemorar o aniversário da nora, Karoline Calheiros, quando um dos músicos que trabalhavam com o filho o procurou. “Ele nunca tinha falado comigo. Nesse dia falou pela primeira vez, me perguntou se estava ‘tudo bem’ com o o Gabriel”, lembra o empresário. “Me mostrou fotos que estavam aparecendo na TV do passaporte do Gabriel. Neste momento, percebi que tinha acontecido alguma coisa grave”, conta ele.
O monomotor que levava o cantor ao encontro da família e da namorada caiu horas antes em Estância, no sul de Sergipe, causando a morte do artista, do piloto Abraão Farias e do copiloto Linaldo Xavier Rodrigues. “Voltamos para o apartamento da Karol. Mas a ficha que ele tinha morrido só caiu umas 16h. Uma pessoa me mandou a foto do Gabriel na margem do rio, foi muito forte ver essa imagem”, lamenta. “O pior dia da minha vida. Não senti nada igual até hoje”.
À véspera de completar um ano da morte do filho, que se tornou fenômeno com a música Jenifer, Cizinato conversou com Marie Claire e contou como tem sido a vida desde então. Ana Maria Diniz, mãe do cantor, ainda prefere não ver as homenagens feitas ao filho. “Ela não consegue ver vídeos, áudios, não assistiu à live que fizemos pra ele. Ela evita, é muito emotiva. Se começa a chorar, demora pra parar”, diz ele. Leia a entrevista completa abaixo:
Um ano
O primeiro aniversário de morte do cantor os pais passarão recolhidos em casa, em João Pessoa, Paraíba. “Agora é ainda mais complicado, temos a certeza que o Gabriel morreu. Sempre tinha a ideia que ele estava viajando. Não que a gente se iludia, mas fica mais claro que realmente é fato e isso entristece a gente”, desabafa.
“Nos três primeiros meses eu fiquei meio desligado, sendo muito racional, e minha mulher o contrário. Passado esse período algumas coisas se afloraram mais pra mim. Minha esposa sempre foi emotiva, ela tinha uma ligação muito forte com ele”, lembra Cizinato. “Passei o ano todo dando suporte a ela. Mas no final das contas sentindo cada vez mais a falta e a admiração aumenta porque ele era extraordinário”, derrete-se o pai.
Os objetos pessoais de Gabriel continuam guardados pela família em casa e no escritório. “O quarto ficou montado do jeito que estava”, diz Cizinato.
No dia do acidente, as joias que o cantor carregava consigo desapareceram. Até hoje nada foi recuperado. “Tinha um crucifixo que eu dei pra ele e tinha alguns anéis, joias bacanas que era o estilo dele”, diz o empresário.
Os pais do cantor mantêm até hoje uma relação próxima com Karoline, com quem Gabriel fazia planos de casamento. Passado o 27 de maio, dia do aniversário da psicóloga, ela irá a Paraíba visitar os ex-sogros. “Ela vem passar uma semana aqui. É uma filha querida pra gente”, afirma ele.