Após denúncia formulada através de uma reportagem do ClickPB, o coordenador-geral de cemitérios da capital, José Gênio Marques disse nesta sexta-feira (5) que considera normal o fato de ossos ficarem soltos pelos corredores dos principais cemitérios de João Pessoa. “Lembro que a responsabilidade é das famílias dos mortos”, frisou.
“São casos alheios a nossa administração. Chega um visitante numa hora dessa e pensa que é sempre assim. Coloca toda responsabilidade na gente”, justificou.
Conforme a reportagem anterior, o desrespeito com a morada dos mortos é visível a qualquer visitante do local, sem que o mesmo precise se esforçar para encontrar irregularidades.
Sobre os ossos amontoados e sem identificação encontrados nos corredores do Boa Sentença, maior da capital, o coordenador disse que é resultado da ação de vândalos, que visitam o cemitério durante a madrugada. “A vigilância não é suficiente para evitar esses transtornos”, explicou Gênio.
Um trabalho de recuperação de ossadas foi iniciado em 2006, e consiste em recolher todos os ossos espalhados no chão e que caíram dos ossários. De acordo com o coordenador, os ossários antigos eram feitos de alvenaria – muito frágeis – e os mais novos, são feitos de concreto que oferece uma melhor resistência.
“Os ossos que não são identificados, são recolhidos, colocados numa sacola e encaminhados para o depósito do cemitério”, informou. Porém, a cena real mostra que sacolas são depositadas em locais pouco apropriados.
O processo de recuperação é lento, segundo Gênio. “Temos que identificar a família para cuidar dos ossos”, disse. A explicação dada pelo coordenador foi a lei de violação dos túmulos. “Não podemos mexer nos ossos dos mortos sem autorização dos parentes”, completou.
Redação