A deputada federal Carla Zambelli afirmou que nesta quarta-feira (19) que a vacinação contra a covid-19 em crianças de Lucena com doses destinadas para adultos não seria o único caso de irregularidade na Paraíba. De acordo a parlamentar, o estado possui atualmente 28 crianças de zero a quatro anos de idade que já foram vacinadas com imunizantes da AstraZeneca e CoronaVac.
“Eu tive acesso ontem a um documento do Ministério da Saúde e consegui a liberação para falar dele hoje. O presidente da República inclusive autorizou para entrarem com pedido de averiguação aos governadores e prefeitos porque milhares de crianças foram vacinadas até o momento em todo o Brasil com vacinas de adultos não autorizadas pela Anvisa”, disse a deputada durante entrevista exclusiva para o programa Arapuan Verdade, da rádio Arapuan FM.
“Por exemplo, só no estado da Paraíba tem 24 crianças de zero a quatro anos de idade com AstraZeneca. De cinco a 11 anos, são 11 crianças. Com CoronaVac, são quatro crianças vacinadas de zero a quatro anos e 17 de cinco a onze anos. Da Janssen, só tem crianças acima de 12 anos. Já da Pfizer, são 58 crianças”, acrescentou a parlamentar.
Zambelli, que é da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro, protocolou um pedido endereçado ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e ao diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, para suspender a vacinação de crianças no Brasil após o escândalo em Lucena.
O Ministério Público Federal na Paraíba (MPF-PB), órgão que investiga o caso no município paraibano, reagiu ao pedido da parlamentar enviando ofício a Queiroga destacando a importância da continuidade da campanha de imunização para o público infantil em nível nacional, alegando que o fato acontecido em Lucena era isolado.
Ao ser questionada pelas declarações da deputada, a procuradora da República Janaína Andrade afirmou que o órgão ministerial desconhece casos em outros municípios. Já a Secretaria de Saúde da Paraíba informou que os números apontados por Zambelli se referem a possíveis erros de digitação por parte dos municípios. O Ministério da Saúde ainda não se posicionou sobre fala da deputada.