Paraíba

Cana-de-açúcar é usada na produção de fármacos por empresa paraibana

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Um produto inovador para a indústria farmacêutica, fabricado em João Pessoa desde 2002, trouxe mais uma possibilidade de aplicação para a cana-de-açúcar. Trata-se do Veloderm, uma película adesiva natural que pode ser administrada em diversos tipos de tratamento dermatológico, em substituição aos curativos tradicionais. Na opinião do presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba – Asplan, Raimundo Nonato Siqueira, a produção deste derivado também contribui para o fortalecimento da cultura canavieira. “É mais um artigo oriundo da cana que, assim como o açúcar, o álcool e tantos outros, agregam valor à matéria-prima que nós cultivamos”, declarou.

Segundo André Luís Sousa, gerente geral da Natek – Natureza e Tecnologia Indústria e Comércio de Produtos Biotecnológicos Ltda, empresa fabricante da película, o fármaco é produzido a partir de um processo de fermentação que utiliza o caldo da cana em interação com microrganismos cultivados em laboratório para a obtenção do biomaterial que compõe o adesivo. O Veloderm foi, inicialmente, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba, conforme explicou André Luís, mas o processo de definição e acabamento do produto e os estudos clínicos foram feitos, posteriormente, na Itália.

As principais indicações para uso do produto são: queimaduras de 1º e 2º graus, úlceras não infeccionadas, dermoabrasões, cobertura de áreas doadoras em casos de enxerto de pele e feridas planas em geral. Uma vez aplicada sobre o local lesionado, a película adere perfeitamente ao leito da ferida e aos poucos é absorvida pelo organismo, permitindo a criação de um microambiente ideal para a regeneração da área, além de promover uma significativa redução da dor. De acordo com o gerente geral da Natek, o Veloderm é otimamente tolerado não tendo sido registrado, até o momento, nenhuma situação de reação alérgica ao medicamento.

Atualmente, a comercialização do Veloderm é realizada apenas no âmbito hospitalar em diversas partes do Brasil e na Itália. No entanto, a Natek prevê que até o final de 2006, o produto já esteja sendo disponibilizado em outros mercados europeus, na América do Sul e em outros países do mundo. “O Veloderm, assim como é hoje, não irá para as farmácias, mas a Natek está estudando outros produtos derivados da mesma tecnologia para abordar o mercado de automedicação e, portanto, do consumo doméstico”, disse André Luís Sousa.

Uma das novas pesquisas que estão sendo realizadas pela empresa diz respeito ao desenvolvimento de um pó, proveniente do mesmo processo biotecnológico de composição do Veloderm, que possivelmente terá indicações médicas semelhantes às da película e poderá ser comprado diretamente pelo consumidor final. Considerando a importância da cultura canavieira para a Paraíba, o gerente da Natek, enfatizou: “não se conhecem outros exemplos de fármacos tão fortemente caracterizados com a região como o Veloderm. Nos próximos anos estaremos lançando no mercado outros produtos, sempre partindo do caldo de cana-de-açúcar”.

O gerente da fabricante do Veloderm explicou, ainda, que o custo do produto em si não é muito alto, mas que, por outro lado, são necessários fortes investimentos em pesquisa de base, em pesquisa clínica e políticas de marketing. “A demanda encontra-se em contínuo aumento, ainda que o crescimento no momento encontre-se contido, uma vez que, trata-se de uma inovação que requer uma abordagem diferente em relação aos médicos e enfermeiras e todos sabemos como é difícil mudar hábitos e costumes já consolidados”, destacou.

Fonte: News Comunicação

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